Diretor revela que a Fox impediu Mulher-Invisível negra em Quarteto Fantástico

A malfadada versão de 2015 de “Quarteto Fantástico” tornou-se o maior fracasso e a pior das adaptações dos quadrinhos da Marvel, com apenas 9% de aprovação no Rotten Tomatoes, mas o poço […]

Divulgação/20th Century Fox

A malfadada versão de 2015 de “Quarteto Fantástico” tornou-se o maior fracasso e a pior das adaptações dos quadrinhos da Marvel, com apenas 9% de aprovação no Rotten Tomatoes, mas o poço parece não ter fundo. O diretor Josh Trank continua a pilha de entulho em torno da produção, ao revelar, em nova entrevista, que a Fox impediu seus planos originais em relação à Mulher-Invisível.

Trank queria que os irmãos Storm fossem negros. Mas após escalar Michael B. Jordan para o papel de Johnny Storm/Tocha Humana, ele não foi autorizado a contratar uma atriz negra para o papel de Susan “Sue” Storm.

Segundo Trank, ele enfrentou uma “pressão pesada” para escalar uma atriz branca, apesar do pai da personagem, Franklin Storm, ser interpretado por Reg E. Cathey (falecido em 2018). O diretor acabou contratando Kate Mara e transformando Sue em filha adotiva.

“Olhando para trás, eu deveria ter deixado [a produção] quando percebi [que não poderia escalar dois protagonistas negros] e sinto vergonha disso, de não ter ido embora por princípio”, afirmou Trank ao site Geeks of Color. “Esses não são os valores nos quais acredito. Não eram nem os valores da época nem os meus. Me sinto mal por não ter levado isso até as últimas consequências. Sinto que falhei neste sentido”.

O filme, porém, foi bastante criticado por escalar Jordan como um Tocha Humana negro. E o estúdio já tinha sofrido ataques de fãs dos quadrinhos por sua encarnação anterior do grupo de heróis, em que a latina Jessica Alba viveu a Mulher-Invisível.

Mas a escalação de elenco não foi a única etapa de “Quarteto Fantástico” que sofreu intervenção do estúdio.

Em outra entrevista recente, desta vez ao site Polygon, Trank afirmou que as refilmagens realizadas por um testa-de-ferro (supostamente Simon Kinberg) representaram para ele “ser castrado” pelo estúdio. Elas foram feitas após as sessões de teste, que teriam reagido mal à abordagem mais sombria de Trank. Por conta disso, a Fox decidiu refilmar diversas partes do longa, praticamente meio filme, resultando num desastre muito maior que o de “Liga da Justiça”, da DC Comics.

Lançado em 2015, “Quarteto Fantástico” custou, com todas as refilmagens, estimados US$ 160 milhões, mas arrecadou apenas US$ 167 milhões em todo o mundo.