A atriz canadense Monique Mercure morreu no domingo (17/5), aos 89 anos, após batalha contra o câncer.
Com uma carreira de seis décadas, ela trabalhou com diretores consagrados, como o francês Claude Chabrol (“Domínio Cruel”, de 1994), o canadense David Cronenberg (“Mistérios e Paixões”, de 1991) e até o americano Robert Altman (“Quinteto”, de 1979).
Nascida em 14 de novembro de 1930 como Marie Lise Monique Emond, em Montreal, ela estudou música e casou-se com o compositor Pierre Mercure com apenas 19 anos, em 1949. O casal teve três filhos antes de se separar em 1958.
A carreira como atriz só começou depois da separação. Ela estudou no Actor’s Studio, em Nova York, e passou a atuar no cinema canadense a partir de “Quem Ama, Perdoa” (1963), de Claude Jutra, com quem firmou uma duradoura parceria – incluindo papéis em “Meu Tio Antoine” (1971) e “Pour le Meilleur et pour le Pire” (1975).
A consagração veio em “J.A. Martin Fotógrafo” (1977), de Jean Beaudin, que lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, e o Genie da categoria na premiação da Academia Canadense de Cinema. No filme, ela interpreta Rose-Aimée, esposa do famoso fotógrafo J.A. Martin, que decide acompanhá-lo em sua turnê pelo duro interior canadense na virada do século passado, esperando reviver o casamento deles.
A projeção lhe rendeu seu primeiro papel hollywoodiano, na sci-fi pós-apocalíptica “Quinteto” (1979), de Altman, em que contracenou com um elenco internacional formado pelos lendários Paul Newman, Vittorio Gassman, Fernando Rey e Bibi Andersson.
Ela também participou de “Domínio Cruel”, que Chabrol rodou no Canadá em 1984, ao lado de Jodie Foster e Sam Neill, e se destacou em “Mistérios e Paixões” (1991), do compatriota David Cronenberg, que lhe rendeu seu segundo Genie (O Oscar canadense), desta vez como Atriz Coadjuvante.
Mercure ainda venceu um terceiro Genie como coadjuvante por “Conquest” (1998), de Piers Haggard, sobre uma comunidade rural repleta de idosos. Mas, depois disso, foram poucos destaques, incluindo “O Violino Vermelho”, de François Girard, lançado no mesmo ano, e seu último filme, “C’est le Coeur qui Meurt en Dernier” (2017), de Alexis Durand-Brault, indicado a seis prêmios da Academia Canadense.
Foram mais de 30 filmes em francês e inglês, o que lhe rendeu uma homenagem final do primeiro-ministro Justin Trudeau no Twitter.
“Perdemos uma grande atriz canadense. Monique Mercure teve um impacto profundo em muitas gerações. Ela ajudou a promover o cinema do Quebec além das nossas fronteiras, e seu legado segue vivo através do seu trabalho”, escreveu o líder político do Canadá.