O Homem que Caiu na Terra: Sci-fi clássica estrelada por David Bowie vai virar série

A plataforma CBS All Access anunciou a produção de uma série inspirada no filme “O Homem que Caiu na Terra”, sci-fi cultuadíssima estrelada pelo cantor David Bowie em 1976. O projeto está […]

A plataforma CBS All Access anunciou a produção de uma série inspirada no filme “O Homem que Caiu na Terra”, sci-fi cultuadíssima estrelada pelo cantor David Bowie em 1976.

O projeto está sendo desenvolvido por Alex Kurtzman, produtor responsável pelas séries do universo “Star Trek” na plataforma. Ele e Jenny Lumet (filha do cineasta Sidney Lumet), que trabalharam juntos em “A Múmia”, co-escreveram o roteiro do piloto e serão os produtores executivos e co-showrunners. Kurtzman também vai dirigir o primeiro episódio.

Originalmente, a série estava sendo desenvolvida pela produtora CBS TV com outra equipe para a plataforma da Hulu. Mas após um ano sem conseguir aprovar um roteiro, num impasse com a Disney para dividir os direitos do projeto, a CBS mudou sua estratégia e agora vai lançar a atração em seu próprio serviço de streaming.

“Sou fã deste filme extraordinário estrelado por David Bowie há anos”, disse David Stapf, presidente da CBS Television Studios, em comunicado. “Enquanto ninguém pode esperar ultrapassar Bowie, adaptar o filme numa série permitirá uma exploração mais detalhada dos conceitos estabelecidos na trama”, originalmente um romance de Walter Tevis, publicado em 1963.

“Estamos entusiasmados em adicionar outro título icônico ao nosso line-up, à medida que expandimos a programação original no CBS All Access”, acrescentou Julie McNamara, VP de Conteúdo Original da CBS All Access. “Sabemos que esta série irá capturar a alma e o espírito do material e avançar ainda mais as fronteiras narrativas nas mãos capazes de Alex Kurtzman, Jenny Lumet e toda a equipe de produção.”

Os autores da adaptação explicaram seus planos, dizendo que, enquanto discutiam o projeto, foram “transportados ao incrível dia há 12 anos quando Steve Jobs subiu ao palco e apresentou o iPhone ao mundo, mudando para sempre a maneira como nos comunicamos”, disse Lumet.

“A novela visionária de Walter Tevis nos deu um Willy Wonka tecnológico de outro planeta, trazido à vida pelo lendário desempenho de David Bowie, que previu o impacto de Steve Jobs e Elon Musk em nosso mundo”, comparou Kurtzman. “A série vai imaginar o próximo passo em nossa evolução, visto através dos olhos de um alienígena que deve aprender o que significa se tornar humano, apesar de estar lutando pela sobrevivência de sua espécie.”

A ideia é discutir “o que significa ser humano, do ponto de vista de um alienígena que não conhece o amor, a empatia e a conexão”. Mas este alienígena não será o icônico Thomas Jerome Newton, vivido por Bowie, mas um novo personagem central, inspirado pelos maiores inovadores de tecnologia das últimas décadas, como Steve Jobs, Elon Musk e Jeff Bezos.

O cientista alienígena Thomas Jerome Newton foi o primeiro grande papel de Bowie no cinema. O personagem era um milionário excêntrico e recluso de uma empresa tecnológica, responsável por diversos avanços científicos, que tinha o objetivo secreto de conseguir criar uma nave espacial que o levasse de volta à sua família em outro planeta.

O diretor Nicolas Roeg selecionou Bowie após o cantor ter incorporado um alienígena no palco: Ziggy Stardust, de cabelo incandescente. Mas o visual de Newton também foi marcante. Pálido, magro e andrógino, acabou acompanhando Bowie por um bom tempo, durante a fase mais criativa de sua carreira. Não por acaso, imagens do filme ilustraram as capas de dois de seus álbuns da época: “Station to Station” (1976) e “Low” (1977).

Por sinal, outro detalhe que Kurtzman não pretende replicar em relação ao filme é justamente o visual impressionante concebido por Roeg.

“Nicolas Roeg era uma lenda, e a última coisa que eu gostaria de fazer é imitar seu trabalho de qualquer maneira”, disse Kurtzman. “Ele viu essa história através de seu próprio prisma. Ele capturou aquela incrível sensação de solidão de um pequeno personagem em uma paisagem maior, a alienação que o personagem sentia. Ele captou esse sentimento e eu quero encontrar uma maneira de capturar o mesmo sentimento, mas não necessariamente do jeito que ele fez”, explicou o produtor-roteirista.

A série será co-produzida pela CBS Television Studios e pela Tandem Productions, uma empresa do Studiocanal, e ainda não tem previsão de estreia.