O escritor Neil Gaiman comentou nas redes sociais o anúncio da transformação dos quadrinhos clássicos de “Sandman” em série, com produção da Netflix.
“Espero que possamos fazer na TV algo tão pessoal e verdadeiro quanto as melhores histórias de ‘Sandman’. Apenas encenado 30 anos depois dos quadrinhos”, ele escreveu no Twitter.
Questionado se os produtores tentariam contar a história completa da obra em apenas um temporada, Gaiman foi categórico: “Não vamos nem tentar fazer isso.”
Além de ter criado os quadrinhos, Gaiman é um dos produtores da série e estará envolvido no desenvolvimento do roteiro do primeiro episódio, em parceria com o coprodutor David S. Goyer (“Batman – O Cavaleiro das Trevas”) e o roteirista Allan Heinberg (“Mulher-Maravilha”), que terá a função de showrunner.
Gaiman também participa da produção de duas outras séries baseadas em suas obras, “American Gods” e “Good Omens”, adaptações de livros de fantasia que são disponibilizadas pela Amazon, rival da Netflix.
“Sandman” terá 11 episódios em sua temporada inaugural, que não tem previsão de estreia.
Segundo apurou a revista The Hollywood Reporter, o negócio é milionário, o maior que já envolveu personagens da DC Comics e renderá a série mais cara já feita pela Warner Bros Television (WBTV), superando inclusive os valores do vindouro “Watchmen” da HBO.
A Netflix definiu a obra original como “uma rica mistura de mito moderno e fantasia sombria, na qual a ficção contemporânea, o drama histórico e a lenda estão perfeitamente entrelaçados”. Esta definição é parte de um esboço de sinopse, que ainda diz que “’Sandman’ acompanha os lugares e pessoas afetados por Morpheus, O Rei do Sonho, enquanto corrige os erros cósmicos – e humanos – que cometeu ao longo de sua vasta existência.”
A publicação de “Sandman” consolidou o gênero dos quadrinhos adultos na virada dos anos 1980 para os 1990, impulsionando o lançamento do selo Vertigo, divisão adulta da DC Comics. A trama durou 75 edições (de 1989 a 1996) acompanhando Morpheus, o senhor dos sonhos, que após anos aprisionado ressurge para retomar seu lugar entre os Perpétuos, “deuses antes dos deuses” que mantém a coesão do universo. Eles incluem Destino, Morte, Destruição, Desejo, Desespero e a caçula Delírio – em inglês, todos os nomes começam com a letra D, inclusive Dream (Sonho), o “verdadeiro” nome de Sandman.
Embora encerrada em 1996, a revista em quadrinhos original ganhou inúmeros spin-offs, desenvolvidos até hoje. Por curiosidade, um desses derivados foi “Lucifer”. Ao desistir do inferno num dos primeiros números de “Sandman”, o personagem ganhou minisséries e uma revista que acompanhava suas aventuras na cidade de Los Angeles, ao lado de sua demônia de guarda Mazekeen. A história acabou inspirando uma série televisiva, atualmente em produção na própria Netflix.
I'm hoping we can make something on television that feels as personal and true as the best of the Sandman comics did. Just set thirty years later than Sandman the comic. https://t.co/Wy8y4aDbdE
— Neil Gaiman (@neilhimself) 1 de julho de 2019
We won't even try. https://t.co/BmdLVYCxUU
— Neil Gaiman (@neilhimself) 1 de julho de 2019