O Festival Anima Mundi conseguiu viabilizar sua 27ª edição com financiamento coletivo. O evento atingiu a meta de sua campanha no site Benfeitoria, superando os R$ 400 mil que necessitava para continuar, informaram os organizadores pelas redes sociais.
Um dos eventos de animação mais prestigiados do planeta, o Anima Mundi qualifica seus vencedores a disputar o Oscar da categoria. Mas, como vários outros eventos culturais importantes, perdeu o apoio da Petrobras após a eleição de Bolsonaro. O presidente acredita que “o Estado tem maiores prioridades”.
O patrocínio da Petrobras, retirado de todos os eventos culturais por decisão presidencial, respondia por 30% do orçamento total do Anima Mundi.
Para tentar salvar o festival, os organizadores apelaram para o financiamento coletivo. E o público correspondeu.
Ainda assim, a 27ª edição será uma das mais enxutas do evento.
Antes de Bolsonaro, o orçamento médio do Anima Mundi era de R$ 3 milhões – por sinal, acima do teto de US$ 1 milhão estabelecido pelo governo para a nova Lei de Incentivo Cultural. Mas os organizadores redimensionaram o projeto para transformá-lo numa mostra de filmes, acompanhada por debates e encontros entre profissionais e público, orçada em R$ 800 mil.
Mesmo assim, a expectativa real era de captar metade desse valor com o financiamento coletivo, para viabilizar ao menos as mostras. Foi o que aconteceu.
Com todos os perrengues, o festival pretende exibir 303 filmes, com produções de mais de 40 países, entre os dias 17 e 21 de julho no Rio de Janeiro, e de 24 a 28 de julho em São Paulo.