Tudo o que Tivemos dramatiza dilema familiar diante do Alzheimer

Uma mulher idosa sai de casa a pé e caminha por uma nevasca. O passo seguinte é a família, marido e dois filhos, um que vive próximo ao casal e outra, que […]

Uma mulher idosa sai de casa a pé e caminha por uma nevasca. O passo seguinte é a família, marido e dois filhos, um que vive próximo ao casal e outra, que vem de cidade diferente, entrarem em pânico e fazerem buscas para encontrar a idosa desaparecida. Claro, o que está em jogo aqui é um comportamento determinado pela doença de Alzheimer, que envolve conflitos e decisões difíceis a afetar toda a família.

Em “Tudo o que Tivemos”, Blythe Danner (“Entrando numa Fria”) é a idosa com Alzheimer. Robert Forster (“Jackie Brown”) é o marido com quem ela viveu 60 anos de amor e que crê que pode continuar cuidando dela e amando-a como sempre aconteceu, em casa, sem mudanças. O filho que está sempre com eles, porque vive próximo, Michael Shannon (“A Forma da Água”), já encontrou a saída, um lugar muito apropriado para internar a mãe, enquanto o pai ficaria próximo, em outro local apropriado. Será preciso vender a casa onde vivem. Hilary Swank (“Menina de Ouro”) encarna o papel da filha mais distante, que pode se permitir parar para pensar e considerar todas as possibilidades.

O que mais interessa na trama do filme é esse conflito básico que hoje muitas famílias enfrentam, no mundo todo, e que não é nada fácil.

Não há muita novidade na narrativa, concebida e conduzida pela diretora estreante Elizabeth Chomko, nem qualquer inovação a apontar. O filme é uma boa produção independente, convencional na forma, que vale por um ótimo elenco e um tema cada vez mais presente e relevante nos dias atuais, em que a longevidade alcançada pela medicina exige novos approaches humanos.