O filme “Cine Marrocos”, de Ricardo Calil, foi o vencedor da competição de longas-metragens brasileiros do festival É Tudo Verdade, o mais importante do gênero documental no país. O anúncio foi feito no domingo (14/4), em São Paulo.
O segundo longa do diretor de “Uma Noite em 67” aborda a ocupação do antigo cinema Marrocos, que já foi um dos mais luxuosos do centro de São Paulo, por um grupo de sem-tetos, refugiados e imigrantes. Ótimo jornalista que virou excelente cineasta, Calil convida os atuais moradores do local a reencenar trechos dos filmes que foram exibidos ali, décadas antes. O resultado conquistou notas máximas de várias publicações que cobriram o festival.
Já a Abraccine preferiu “Estou Me Guardando para Quando o Carnaval Chegar”, de Marcelo Gomes, que também ganhou menção honrosa do juri oficial. O documentário do veterano cineasta pernambucano retrata a rotina de uma cidadezinha no agreste conhecida por suas confecções de jeans.
A competição internacional premiou “O Caso Hammarskjöld”, de Mads Brügger, que acompanha a reabertura das investigações sobre a morte do secretário-geral das Nações Unidas que sofreu um acidente de avião enquanto negociava um cessar-fogo na Zâmbia.
O júri ainda concedeu prêmio especial a “Meu Amigo Fela”, do brasileiro Joel Zito Araújo, sobre o ídolo pop nigeriano Fela Kuti, e menção honrosa a “Hungria 2018”, de Eszter Hajdu, que cobre a ascensão da extrema direita ao poder na Hungria.
Além destes, também foi premiado “Piazzolla: Anos do Tubarão”, de Daniel Rosenfeld, como Melhor Longa Latino-Americano, por seu retrato de Astor Piazzolla, um dos grandes mestres do tango.
Por fim, os melhores curtas foram o brasileiro “Sem Título # 5: A Rotina Terá Seu Enquanto”, de Carlos Adriano, que combina imagens de uma viagem de trem a trechos de um filme de Yasujiro Ozu, e o chileno “Nove Cinco”, de Tomás Arcos, sobre o terremoto que sacudiu o Chile em 1960.
Os vencedores do É Tudo Verdade, “Cine Marrocos” e “Sem Título # 5: A Rotina Terá Seu Enquanto” estão automaticamente qualificados para tentar uma vaga no Oscar nas categorias de Melhor Documentário e Melhor Documentário em Curta-metragem, respectivamente.
Confira abaixo a lista completa dos filmes premiados.
COMPETIÇÃO BRASILEIRA
“Cine Marrocos”, de Ricardo Calil (SP) – Melhor Filme
“Estou Me Guardando para Quando o Carnaval Chegar”, de Marcelo Gomes (PE) – Prêmio da Crítica (Júri Abraccine), Menção Honrosa do Juri Oficial, Menção Honrosa do Júri ABD-SP (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas)
“Soldados de Borracha”, de Wolney Oliveira (CE) – Prêmio ABD-SP de Melhor Longa
“Sem Título #5: A Rotina Terá seu Enquanto”, de Carlos Adriano (SP) – Melhor Curta e Prêmio Mistika
“A Primeira Foto”, de Tiago Pedro (CE) – Prêmio Aquisição Canal Brasil
“Planeta Fábrica”, de Julia Zakia (SP) – Prêmio da Crítica (Júri Abraccine) e Menção Honrosa no Prêmio ABD-SP
“Vento de Sal”, de Anna Azevedo (RJ) – Prêmio ABD-SP de Melhor Curta
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL
“O Caso Hammarskjöld”, de Mads Brügger (Dinamarca/Noruega/Suécia) – Melhor Longa
“Meu Amigo Fela”, de Joel Zito Araújo (Brasil) – Prêmio Especial do Júri
“Hungria 2018: Bastidores da Democracia”, de Eszter Hajdú (Hungria) – Menção Honrosa
“Nove Cinco”, de Tomás Arcos (Chile) – Melhor Curta
“Lily”, de Adrienne Gruben (EUA) – Menção Honrosa
COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA
“Piazzolla: Os Anos do Tubarão”, de Daniel Rosenfeld (Argentina) – Melhor Longa
“Maricarmen”, de Sérgio Morkin (México) – Menção Honrosa