A Disney divulgou seus planos oficiais para o streaming, num evento para investidores e imprensa realizado na noite de quinta (sexta no Brasil, 12/4, pela diferença do fuso horário) num estúdio da empresa em Burbank, na Califórnia – o mesmo usado para a filmagem do “Mary Poppins” original.
O projeto consiste no lançamento de um pacote com três serviços: ESPN+ com esportes, Hulu com programação adulta e Disney+ (Disney Plus) para toda a família. Destes três, apenas o Disney+ (Disney Plus) ainda não está disponível. Mas finalmente ganhou uma data de lançamento.
O Disney+ (Disney Plus) será lançado em 12 de novembro nos Estados Unidos.
A apresentação da plataforma, comandada pelo CEO Bob Iger, veio acompanhada da confirmação de que o serviço será internacional, com a expectativa de chegar a outros países em 2020.
Outro detalhe importante foi divulgado: seu preço.
Custará apenas US$ 6,99 ao mês – ou, com desconto, será oferecido por uma assinatura anual de US$ 66,90 nos Estados Unidos. O valor é bem mais em conta que o preço da assinatura mais barata da Netflix – US$ 8,99 ao mês.
A maior parte da programação do Disney+ (Disney Plus) será preenchida pela vasta biblioteca de títulos da empresa. Já em seu lançamento, o serviço contará com 18 filmes da Pixar, 13 clássicos animados da Disney que estão fora de circulação há tempos, todos os filmes de “Star Wars” e dos super-heróis da Marvel, inclusive, em primeira mão, a estreia de “Capitão Marvel” e “Vingadores: Ultimato” em streaming, cerca de 250 horas de programação da National Geographic, 100 produções originais do Disney Channel, 660 episódios de “Os Simpsons” e produções exclusivas criadas especificamente para a plataforma, .
Entre as produções exclusivas, incluem-se uma versão live-action de “A Dama e o Vagabundo”, além de séries derivadas de “Star Wars”, dos filmes da Marvel e da Fox, dos desenhos da Pixar e dos telefilmes da Disney – casos, por exemplo, de “The Mandalorian”, passada numa galáxia distante, produções com Loki, Feiticeira Escarlate e Visão, Gavião Arqueiro, Soldado Invernal e Falcão, séries animadas baseadas nos quadrinhos de “O Que Aconteceria Se” (What If) e no filme de “Monstros S.A.”, sem esquecer de uma continuação de “Com Amor, Simon” e um spin-off de “High School Musical”.
Para começar, estão previstas oito séries originais live-action, cinco atrações animadas, 14 produções de variedades (documentários, reality shows, especiais) e seis filmes exclusivos, que estão sendo produzidos visando disponibilidade no lançamento do serviço.
A Disney está investindo US$ 1 bilhão na produção desse conteúdo exclusivo para a plataforma. Não parece muito diante dos US$ 15 bilhões que a Netflix deve gastar em 2019, mas o conglomerado de Bob Iger não precisa pagar direitos de licenciamento para montar seu conteúdo, nem direitos autorais para adaptar franquias que já possui, o que faz com que seus dólares produzam mais que o dinheiro da Netflix.
A expectativa, porém, é que a empresa perca milhões de dólares até a plataforma se tornar lucrativa, numa curva que só deve mudar após cinco anos de expansão. Neste período, a Disney+ (Disney Plus) continuará investindo cada vez mais em produções exclusivas.
Antes mesmo de lançar o serviço, a Disney assumiu que espera perder cerca de US$ 150 milhões em taxas de licenciamento, que deixarão de entrar em seus cofres após encerrar seu relacionamento com a Netflix. E diz já ter perdido cerca de US$ 1 bilhão ao investir em tecnologia e na montagem de seu negócio de streaming, com custos que devem crescer muito mais quando a Disney+ (Disney Plus) começar a operar.
O evento também contou com uma breve demonstração do aplicativo Disney+ (Disney Plus) (veja um vídeo abaixo), que oferece aos usuários a opção de navegar pelo serviço por marca – por exemplo, Marvel ou Star Stars. Os assinantes da Disney+ (Disney Plus) poderão criar perfis com experiências personalizadas com base em seus produtos favoritos. E o serviço também inclui controle dos pais com restrição por idade.
Por enquanto, Disney+ (Disney Plus), ESPN+ e Hulu serão oferecidos separadamente aos assinantes, mas os planos incluem, num futuro próximo, o lançamento de um pacote com assinaturas para os três produtos com desconto.
Para viabilizar esse projeto em todo o mundo, a Disney também planeja implementar, finalmente, a distribuição global da Hulu, que hoje é restrita ao mercado americano. Com isso, deverá encerrar o licenciamento das produções exclusivas do serviço para terceiros – no Brasil, por exemplo, “The Handmaid’s Tale” está sendo disponibilizada pela Globoplay.