O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou nesta quarta-feira (27/2), com uma ressalva, a compra das operações brasileiras da Fox pela Disney. No entanto, a autorização da transação depende da venda do canal Fox Sports para outra empresa.
A decisão do conselho dá um prazo para que a Disney repasse o canal de esportes e avisa que o CADE pode reconsiderar a operação caso a venda da Fox Sports não se concretize.
“Em caso de fracasso da venda do ativo, há a possibilidade do Cade reexaminar o ato de concentração”, afirmou o conselheiro Paulo Burnier, que deu o tom do voto vencedor.
A decisão levou em conta que o mercado de esportes na TV paga ficaria concentrado em apenas duas empresas, que deteriam 95% do mercado. Por conta disso, a Globosat não poderá participar da disputa pela Fox Sports, pois já possui o Sportv.
Burnier destacou ainda que a venda da Fox Sports será em “regime de porteira fechada” o que incluirá ativos como prédios, equipamentos e contratos com ligas esportivas, como a Copa Libertadores da América e Sul-Americana.
A aprovação do Cade também proíbe a Disney de disputar os contratos esportivos que pertencem ao Fox Sports por um determinado prazo para dar fôlego ao comprador e permitir que permaneça como titular da transmissão das ligas esportivas.
A aquisição global da Fox pela Disney foi anunciada em 2017 e custou US$ 71,3 bilhões.
Nos Estados Unidos, a compra também foi aprovada com condição similar, por parte do órgão de defesa econômica, que obrigou 22 redes regionais de esportes da Fox a serem repassadas para outra empresa.
Mesmo sem a Fox Sports, a compra da Fox pela Disney inclui estúdios de cinema e TV, redes de TV paga, fatias de empresas de streaming e negócios internacionais do magnata Rupert Murdoch.
A partir da aprovação mundial do negócio, a Disney passará a controlar os estúdios de cinema 20th Century Fox, Fox Searchlight e Fox 2000, as produtoras de TV da Fox, os canais FX e National Geographic, a plataforma Hulu e os estúdios indianos Fox Star, além de uma fatia na rede britânica Sky.
Ficaram de fora do negócio a rede Fox americana e seus canais de notícias, Fox News, Fox Business, além da Fox Sports.