O ator Jussie Smollett, da série “Empire”, foi preso na manhã desta quinta-feira (21/2) em Chicago, nos Estados Unidos. Ele se entregou para polícia na madrugada e foi encaminhado à delegacia, após ser acusado de forjar um ataque racista e homofóbico contra si mesmo. Segundo a polícia, ele armou a agressão porque queria um salário maior.
Ainda hoje, as autoridades decidirão se ele poderá ser liberado para aguardar julgamento ou se precisará de pagar fiança para ser solto. A foto acima foi feita na delegacia, no momento de seu fichamento.
O superintendente da polícia de Chicago, Eddie Johnson, informou em entrevista coletiva concedida nesta quinta que Smollett pagou US$ 3,5 mil para os irmãos nigerianos Olabinjo e Abel Osundair forjarem o ataque.
Johnson foi muito duro contra Smollett. Ele chamou o ato de “vergonhoso e egoísta”, pois a polícia de Chicago teve de gastar tempo e dinheiro para investigar um caso que, em um primeiro momento, foi tratado como um crime sério de ataque de ódio. Para o superintendente, Smollett tem de pagar pelo o que fez.
“Jussie Smollet tomou proveito da dor e raiva que o racismo [provoca] para benefício próprio e promover sua carreira”, falou Johnson. “Por que alguém, especialmente um afro-americano, usa tais artifícios para fazer uma acusação falsa.”
Para Johnson, Smollett precisa “pedir desculpas para a cidade de Chicago, que ele enganou, admitir o que ele fez e ser homem o suficiente para arcar com os gastos que a polícia dispensou neste caso”.
De acordo com a polícia, Smollett estaria insatisfeito com o seu cachê na série e armou esse ataque para conseguir ganhar comoção e, de alguma forma, receber um aumento salarial. Anteriormente a isso, Smollett mandou uma carta para a rede Fox simulando uma correspondência de ódio contra ele próprio. Como essa estratégia não deu o resultado que ele esperava, ele também forjou o ataque.
Vale lembrar que, antes da polícia de Chicago apresentar a hipótese da busca por aumento salarial, a investigação teria vazado que o objetivo do falso ataque seria evitar que ele fosse dispensado da série. Só que os roteiristas de “Empire” e a rede Fox rechaçaram essa teoria, alegando que nunca houve planos para dispensá-lo.
A prisão é a última reviravolta no caso de Smollett, que foi atacado por dois homens que gritavam palavras racistas e homofóbicas, ao sair de um restaurante em 29 de janeiro. O caso inspirou uma grande onda de solidariedade, mas começou a ficar estranho conforme a polícia avançou em sua investigação.
Apesar do ator ter testemunhado que seus agressores eram brancos, as autoridades prenderam dois homens negros, de origem nigeriana, como suspeitos. Eles são irmãos e pelo menos um deles já trabalhou como figurante na série da rede Fox. A polícia teria encontrado evidências em suas casas e eles se tornaram colaboradores da investigação, transformando o próprio Jussie Smollett em suspeito. Eles teriam “confessado” para não enfrentar acusações de agressão, segundo reportou o canal Fox 32 Chicago.
No final de semana, a polícia de Chicago emitiu um comunicado afirmando que os testemunhos dos suspeitos tinham causado “uma mudança drástica” na investigação, e que os investigadores gostariam de entrevistar Smollett mais uma vez.
O ator contratou advogados e se recusou a dar novo depoimento. Assim, acabou indiciado na quarta (20/2) e recebeu ordem de prisão. Por meio de seus advogados, ele negociou se entregar voluntariamente. Caso seja considerado culpado, pode encarar uma possível sentença de um a três anos de prisão, além de precisar pagar os custos da polícia de Chicago nessa investigação.
Entretanto, seus advogados prometem novas reviravoltas, com uma “defesa agressiva”, segundo comunicado.
Em meio a esta polêmica, a Fox diminuiu a participação do ator em “Empire”. Suas aparições estariam sendo cortadas e seu papel diminuído para limitar suas vindas ao set de gravação.
Em hiato desde dezembro passado, “Empire” volta a exibir episódios inéditos em 13 de março nos Estados Unidos. A série é exibida pelo canal pago Fox Life no Brasil.