Um estudo da Universidade Estadual de San Diego, nos EUA, jogou um balde de água fria na ideia de que Hollywood vem progredindo na abertura de seu mercado para mulheres.
Batizado de “Celluloid Ceiling”, o estudo foi repercutido pela revista Variety nesta quinta (3/11), demonstrando que, ao contrário dos esforços femininos por maior representatividade, o número de mulheres diretoras vem diminuindo nas últimas duas décadas.
Segundo o levantamento comandado pela pesquisadora Martha Lauzen, apenas 8% dos 250 filmes mais lucrativos de 2018 foram dirigidos por mulheres. Em 1998, este número era de 9%, enquanto em 2017 a porcentagem chegou a 11%.
O estudo também mapeou a presença feminina em outras funções na indústria. 27% dos filmes pesquisados tinham mulheres como roteiristas, 26% traziam mulheres como editoras e apenas 4% listaram mulheres como diretoras de fotografia.
A maior representação feminina ocorre em tarefas burocráticas. 58% dos filmes pesquisados tinham mulheres como produtoras executivas, enquanto 73% tinham mulheres como produtoras.
O estudo considerou um total de 3.076 funcionários empregados na produção nos 250 filmes mais lucrativos de 2018, e chegou à percentagem que representa a participação feminina real em Hollywood, que atinge 20% entre todas as funções que não incluem atuação.
“O estudo traz evidências de que a larga mudança positiva prevista pelos observadores da indústria ainda não aconteceu. É improvável que os indicadores melhorem com os esforços individuais de algumas pessoas ou estúdios”, comentou a autora da pesquisa para a Variety.
“Sem uma ação em larga escala comandada pelos principais players de Hollywood – os estúdios, as agências de talento, os sindicatos – é improvável que vejamos uma mudança significativa. A diferença entre os 8% de representação feminina e a paridade real é grande demais”, concluiu.
Até hoje, apenas uma mulher venceu o Oscar de Melhor Direção: Kathryn Bigelow, por “Guerra ao Terror”, em 2010.