A primeira celebridade do mundo do entretenimento foi clonada na China. O cão Juice, que estrelou dezenas de filmes e produções da televisão chinesa, entre eles o sucesso cinematográfico “A Loner” (2017), ganhou um clone, chamado de Little Juice.
O cachorro original, também conhecido como Guozhi em mandarim, é um vira-latas de nove anos, que foi castrado quando ainda era filhote e não poderia se reproduzir de outra forma. Vendo sua fonte de rendas ameaçada, seu dono, o treinador de animais He Jun, procurou a Sinogene, primeira empresa de biotecnologia chinesa a oferecer serviços de clonagem de animais de estimação.
A Sinogene ficou conhecida em maio do ano passado, quando clonou com sucesso um beagle editado geneticamente.
“Descobrimos que cada vez mais donos de animais de estimação querem que eles os acompanhem por um período de tempo ainda maior”, disse o diretor-executivo da Sinogene, Mi Jidong, ao lançar os serviços de clonagem comerciais após a experiência bem-sucedida.
Não é um serviço barato – os custos giram em torno de US$ 76,7 mil. Mas compensa no caso de Juice.
Para cloná-lo, a Sinogene colheu amostras de pele do abdômen inferior do cão, isolou seu DNA e fertilizou um óvulo, que foi inserido cirurgicamente no útero de uma cadela beagle.
O irmão gêmeo clonado tem atualmente dois meses de idade e boa saúde.
Apesar de ainda estar em seus estágios iniciais, o serviço de clonagem de animais na China avança rapidamente porque, comparada com empreendimentos semelhantes no Ocidente, enfrenta um número relativamente menor de barreiras regulatórias. Embora a China tenha regulamentos sobre o uso de animais em pesquisas de laboratório, não existem lei que abordam explicitamente a clonagem de animais.
No início deste ano um laboratório de Xangai produziu os primeiros clones de macacos do mundo e, em um caso mais controverso, He Jiankui, da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China, afirmou ter usado tecnologia de edição genética para alterar os genes embrionários de duas gêmeas.