Imprensa tradicional norte-americana considera Vingadores: Guerra Infinita medíocre

O lançamento de “Vingadores: Guerra Infinita” escancarou um abismo entre os ditos críticos geeks e a imprensa tradicional dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. Após os resenhistas de blogs e sites […]

O lançamento de “Vingadores: Guerra Infinita” escancarou um abismo entre os ditos críticos geeks e a imprensa tradicional dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. Após os resenhistas de blogs e sites dedicados à quadrinhos babarem elogios ao filme nas redes sociais e outros buracos negros da internet, as críticas impressas chegaram às bancas apontando que o novo longa da Marvel não passa de uma versão imponente e exagerada de uma obra medíocre.

Como resultado desta disputa de narrativas, a média do filme no Rotten Tomatoes está com 88% de aprovação. Isto o coloca em 10º lugar entre as produções da Marvel no ranking do site, que é liderado por “Pantera Negra” (96%).

Mas se forem considerados apenas os chamados “top critics”, os críticos principais, geralmente da imprensa tradicional, o resultado cai para 73% de aprovação, menos que o longa anterior da franquia, “Vingadores: Era de Ultron”, que conquistou 74% entre os “top critics”, e que, em retrospectiva, até fanboys acham fraco – rendeu pedido de desculpas do próprio diretor, Joss Whedon, por ter errado a mão.

Uma curiosidade das críticas negativas é que a maioria tem trechos dedicados a expôr os pedidos do estúdio para evitar spoilers e a condenar os fanboys por policiarem a mídia contra quem ousar desafiar estas ordens, comparando-os a minions da Marvel. The New York Times, Los Angeles e o canadense Globe and Mail citaram cansaço com esse tipo de comportamento e como isso engessa críticas, já que não se pode comentar o enredo ao se escrever sobre um filme.

Veja abaixo alguns trechos das críticas negativas.

“A ação é especialmente tediosa e previsível. Tanto as cenas de luta e de voo quanto o ritmo geral das primeiras duas horas ou mais. As pessoas falam por um tempo, espalhando piadas e pedaços de personalidade, e então lutam da maneira esperada, jogando objetos gigantes (e um ao outro) e atirando ondas de cor de suas mãos” – AO Scott, jornal The New York Times.

“Grande parte do filme, em outras palavras, mantém uma atitude insolente e levemente cansativa de bro-vs-bro, mesmo diante de um desastre iminente… Poucos dos personagens nos deixam querendo mais porque, nessa fase tardia, não parece haver mais nada… Mas nem mesmo a ameaça de aniquilação universal, ao que parece, vai impedir que essa linha de montagem avance com sua assinatura, eficiência mecanizada e polida” – Justin Chang, jornal The Los Angeles Times.

“Não há ritmo em ‘Vingadores: Guerra Infinita’. É tudo sensação e sem pulso. Tudo é grande o tempo todo” – Stephanie Zacharek, revista Time.

“Recorrer ao típico enredo de encontrar pedras preciosas parece desanimadoramente básico, mas há um problema mais espinhoso com Thanos em geral… Ele não parece um adversário profundo e sim um ogro deslocado do mundo de ‘Warcraft'” – Tim Robey, jornal The Telegraph.

“É muito. Muitos personagens, muita ação, muito tudo. É um xarope de super-herói com muitos heróis e tela insuficiente. É sobrecarga infinita” – Adam Graham, jornal Detroit News.

“Isto não é um filme, é um seminário de convergência de marketing… Mas o final é tudo o que será comentado pelos fãs. O tempo e a segunda semana de bilheteria dirão se o cliffhanger é lucrativamente controverso ou simplesmente uma coisa destinada a frustrar o público para convencê-los a aliviar sua frustração daqui a um ano, vendo o próximo filme ‘Vingadores'” – Michael Phillips, jornal Chicago Tribune.

“‘Vingadores: Guerra Infinita’ é uma versão de ‘Treze Homens e um Novo Segredo’ de roupa colante, se alguém conseguir visualizar este filme com o dobro de Brad Pitts e nenhum jogador de pôquer. Combinar os elencos de ‘Os Vingadores’, ‘Pantera Negra’, ‘Doutor Estranho’ e ‘Guardiões da Galáxia’ pode ter soado como uma alquimia genial para os cientistas de estúdio que pensam que filmes são como lugares em que você pode consumir tudo ao mesmo tempo… Não há spoilers aqui, mas tudo o que é preciso é dar uma espiada na própria franquia para saber que a morte é temporária. Somente a criação de franquias é infinita” – Joshua Rothkopf, revista Time Out.

“Mesmo pelos próprios padrões da Marvel de mediocridade útil, a ‘Guerra Infinita’ é um fracasso… Mas não há spoilers aqui. E não por causa das ordens do estúdio ou porque as reviravoltas do filme são especialmente geniais. Simplesmente porque nada em “Guerra Infinita” vale spoiler. Afinal de contas, os conceitos mágicos que distorcem a realidade e distorcem o tempo introduzidos na franquia efetivamente tornam todas as mortes reversíveis. E como até mesmo um leitor casual de tais histórias em quadrinhos sabe, o conceito de ‘morte de super-heróis’ de curta duração é um meme de longa data do gênero. Esses heróis caídos não valem suas lágrimas” – John Semley, jornal Globe and Mail.