Enfrentando dificuldades financeiras, a Cinema Brasileira teve sua gestão assumida pela Associação Comunicativa Roquette Pinto (ACERP), uma organização social (OS) ligada ao Ministério da Educação.
Os ministros da Cultura, Sérgio Sá Leitão, e da Educação, Mendonça Filho, assinaram na tarde de terça-feira (6/3) o contrato válido por três anos, com possibilidade de renovação. O investimento direto do MinC será de R$ 9 milhões no primeiro ano, mas o novo modelo prevê a possibilidade de ampliar a captação de recursos por meio de leis de incentivo e de patrocínio de terceiros.
“Além dessa verba de custeio, teremos um valor ainda a ser definido, mas que será bem superior a esse, para o investimento na política de preservação, restauração e difusão de acervo que será oriundo do Fundo Setorial Audiovisual. A gestão dessas linhas de fomento será feita pela Cinemateca”, disse Sá Leitão na sede da Cinemateca, em São Paulo.
A coordenadora-geral da Cinemateca, Olga Futema, continuará à frente da instituição, assim como serão mantidos os 14 funcionários públicos e 42 técnicos especializados na restauração, preservação e manutenção do acervo. Mas, com o novo modelo de gestão, os quadros poderão ser ampliados.
“O ideal, para manter os serviços básicos, é chegarmos a 85 técnicos”, dise Olga, após a cerimônia de assinatura do contrato. “Para o pleno funcionamento, seria preciso de 140 técnicos, número que tínhamos em 2012”.
O Conselho Consultivo da Cinemateca, que havia sido dissolvido, também será restaurado, assim como será preservada a Sociedade de Amigos da Cinemateca, que reúne representantes da sociedade civil.
Com um acervo de cerca de 245 mil rolos de filmes, a Cinemateca Brasileira é responsável pela preservação da produção audiovisual do país. Seus arquivos possuem cerca de 30 mil títulos, incluindo obras produzidas a partir de 1895. Surgida do Clube de Cinema de São Paulo, na década de 1940, integra a estrutura do MinC desde 1984 e é a mais antiga instituição de cinema do Brasil.