A Netflix está mudando o foco da divulgação de “13 Reasons Why”, como se pode observar pelos primeiros vídeos que marcam o começo da campanha da 2ª temporada. As versões brasileira e americana são diferentes, mas centradas em trazer casos reais de vítimas de bullying para compartilhar suas histórias. Além disso, um vídeo apresentado pelos atores da série alerta sobre as diferentes formas que os espectadores podem procurar ajuda caso necessitem.
Após a série causar polêmica, a plataforma pretende dar mais voz e opções de ajuda para adolescentes que se veem confrontados com abusos, para evitar que a situação-limite da trama continue a se repetir na vida real.
A 1ª temporada foi centralizado na história de Hannah (Katherine Langford), uma estudante de ensino médio que comete suicídio e deixa uma caixa com fitas de áudio explicando porque ela decidiu tirar a própria vida. A série mostrou sua morte em uma cena bastante gráfica, em que a garota corta os pulsos, o que inspirou debates sobre sensacionalismo e a necessidade da exibição tão detalhada daquela situação.
Muitos pais acharam que a série glamourizou o suicídio e também houve muita discussão na mídia a respeito da forma como diversos abusos foram retratados na produção, sem aviso prévio. Por conta disso, a Netflix reavaliou como abordar os temas sensíveis da trama – não só suicídio, como assédio sexual e bullying.
A principal novidade será a produção de um programa que servirá de companhia para os episódios, em que psicólogos, educadores e os próprios atores debaterão os eventos apresentados. Será uma expansão do que foi o “Beyond the Reasons” (Por trás das Razões), um especial de meia hora com entrevistas de bastidores da 1ª temporada.
Por fim, o site oficial da produção oferecerá recursos para adolescentes em crise, para ajudar a prevenir suicídios ou autoflagelamentos.
De acordo com um estudo encomendado pela Netflix, enquanto a maioria dos pais achou a falta de fontes de suporte um problema, a maioria dos adolescentes e jovens adultos disse que “13 Reasons Why” os ajudou a processar os temas discutidos. Mais da metade dos adolescentes disse que se desculparam com alguém pelo modo como havia tratado essa pessoa no passado, e quase 75% afirmou que passou a ter mais consideração pelas pessoas após assistir à série.
“Esperamos que essas medidas que estamos tomando ajudem a apoiar conversas mais significativas quando a 2ª temporada for exibida este ano. Nós estivemos pesquisando o que os adolescentes tiraram de positivo da série e agora, mais do que nunca, nós estamos vendo o poder e compaixão dessa geração que defende a si e aos seus pares”, disse Brian Wright, o vice-presidente de séries originais da Netflix, em comunicado.
A data de estreia da 2ª temporada ainda não foi anunciada.