Os criadores de série de terror “American Horror Story” e da animação adulta “Uma Família da Pesada” (Family Guy) revelaram ter recebido ligações do CEO da Disney, Bob Iger, para tranquilizá-los à respeito da aquisição da Fox e os planos da companhia para seus conteúdos. A informação foi compartilhada durante o evento de imprensa semestral da TCA (Television Critics Association).
Ryan Murphy, produtor de vários sucessos da Fox e da FX, incluindo “American Horror Story”, “American Crime Story”, “Feud” e o recente “9-1-1”, disse ter aproveitado a ligação para questionar Iger sobre como seus produtos se encaixaram na Disney. “As coisas que faço não são especificamente Disney. Estou preocupado com isso. Será que terei que colocar o Mickey Mouse em ‘American Horror Story?'”, ele contou ter perguntado ao novo patrão.
Segundo Murphy, Iger respondeu que a Disney comprou a Fox por acreditar em seus produtos, executivos e criadores. O produtor lembrou o sucesso de Iger ao integrar a Pixar e a Marvel “mantendo suas comunidades intactas”. “Quero ver como essa empresa vai ficar antes de decidir para onde ir”, disse Murphy.
Já Seth MacFarlane, criador de “Family Guy” e “The Orville”, também disse que Iger o tranquilizou. “Esse tipo de coisa acontece o tempo todo. Não acho que teremos grandes mudanças”, ele afirmou.
Presente no evento, o co-presidente da rede Fox e da produtora 20th Century Fox Television, Gary Newman, confirmou que o negócio tem gerado ansiedade entre os produtores da empresa. Ele disse ter se reunido com muitos colegas para assegurá-los que o negócio continuará normalmente durante as avaliações regulatórias, que devem durar de 12 a 18 meses.
“Quando os gerentes da Disney falaram conosco, fizeram questão de dizer o quanto admiram nossa marca, o quando admiram nossa programação”, compartilhou Newman. “Nossa expectativa não é que eles estejam comprando a Fox para transformá-la numa empresa para menores. Acho que eles vão encorajar nosso conteúdo”.
Séries originalmente exibidas na Fox, porém, pode não continuar na rede, que não foi comprada pela Disney. Já o canal pago FX foi adquirido no negócio. Assim como a parte da Fox no serviço de streaming Hulu. Em entrevistas após a aquisição, Iger deu a entender que usará o Hulu para veicular as produções mais adultas do pacote de conteúdo da Fox. A Disney, que já detinha 30% de ações do serviço, comprou os 30% da Fox e passou a ser majoritária no negócio – originalmente, uma joint venture formada também pela Comcast (do estúdio Universal, que ainda detém 30%) e Warner (10%).