Quatro atrizes abriram ações judiciais separadas contra o ator e diretor canadense Albert Schultz, alegando que ele as agrediu e perseguiu sexualmente como diretor artístico da companhia teatral Soulpepper em Toronto.
Os atrizes são Kristin Booth (série “Orphan Black”), Diana Bentley (série “Frontier”), Hannah Miller (vista em “Saving Hope”) e Patricia Fagan (série “Murdoch Mysteries”). As quatro afirmam que Schultz as assediou em 30 incidentes separados durante um período de 13 anos, enquanto elas se apresentavam no palco e em ensaios para o Soulpepper.
O ator é mais conhecido por estrelar a série canadense “Street Legal”, durante os anos 1990. Um de seus trabalhos mais recentes é a minissérie “Alias Grace”, disponível na Netflix, que lida justamente com abuso e opressão sexual.
Ele também é produtor executivo da série de comédia “Kim’s Convenience”, do canal canadense CBC, baseada numa peça da companhia Soulpepper.
O conselho de administração da Soulpepper disse em comunicado que o grupo de teatro iniciou uma “investigação imediata” e pediu que Schultz se afastasse do cargo de diretor artístico. A diretora executiva da Soulpepper, Leslie Lester, que é casada com Schultz, também entrou em “licença voluntária” enquanto a investigação for conduzida.
“Como organização responsável, a prioridade da Soulpepper é criar um local de trabalho onde todos os seus funcionários se sintam seguros. Por isso, todas as alegações de assédio são muito aflitivas”, afirmou o conselho da empresa em sua declaração.
Alexi Wood, advogada das quatro atrizes, emitiu a sua própria declaração na quarta-feira (3/1), na qual acusa Schultz de “abusar do seu poder há anos”.
“Os meus clientes pretendem levá-lo e a Soulpepper Theatre Company à justiça como responsáveis”, diz a advogada. “As atrizes afirmam que, enquanto eles estavam sob contrato com Soulpepper, eles foram agredidos sexualmente e assediados pelo seu diretor artístico, o Sr. Schultz, e que Soulpepper não fez nada para protegê-los”.
A revista The Hollywood Reporter teve acesso aos processos, em que há descrições dos assédios, como “abraços, beijos e toques indesejados”, além de humilhações e a acusação de que Schultz seria um “predador sexual serial”.