O cineasta dinamarquês Lars Von Trier (“Ninfomaníaca”) foi alvo de mais uma denúncia. A jornalista Anne Lundtofte descreveu, em artigo publicado pela revista The New Yorker, o “lado negro” da companhia de produção Zentropa, criada pelo diretor.
Segundo a denúncia, Von Trier obrigava todos os empregados da Zentropa a se despirem na sua frente e irem nadar nus com ele e seu sócio, Peter Aalbaek Jensen, na piscina do estúdio.
“Era como um ritual de iniciação. Você só entrava na comunidade deles de verdade quando se despia na frente de Lars ou Peter”, descreveu.
Segundo Lundtofte, até críticos e jornalistas (como ela) que queriam chegar perto da equipe de produção tinham que passar pelo ritual: “Eu fiz isso, e me arrependo. Na época, só me importava com a minha reportagem”.
Mas uma funcionária não quis se submeter. E então Jenson a ameaçou com demissão, caso não entrasse na piscina com ele. Ela não aceitou a pressão e o texto descreve como o produtor saiu gritando para que demitissem a “bitch”.
Em novembro, a polícia da Dinamarca iniciou uma investigação sobre denúncias de assédio na Zentropa. Entrevistadas pelo jornal dinamarquês Politiken, nove ex-funcionárias revelaram que pediram demissão por não aguentarem se submeter ao assédio sexual e bullying diários. Elas também apontaram Peter Aalbaek Jensen, ex-CEO do estúdio, como um dos principais assediadores.
Lars Von Trier também foi acusado de assédio pela cantora islandesa Björk, durante as filmagens de “Dançando no Escuro”, mas não é alvo da investigação sobre o estúdio.
Trier lança seu próximo filme, “The House That Jack Built”, em 2018. O suspense conta com astros como Riley Keough, Uma Thurman e Matt Dillon no elenco.