Atriz chinesa de O Reino Proibido será a Mulan de carne e osso da Disney

Após uma busca mundial que durou um ano, a Disney finalmente encontrou sua Mulan de carne e osso. A atriz chinesa Liu Yifei, também conhecida como Crystal Liu, será a guerreira medieval […]

Após uma busca mundial que durou um ano, a Disney finalmente encontrou sua Mulan de carne e osso. A atriz chinesa Liu Yifei, também conhecida como Crystal Liu, será a guerreira medieval Hua Mulan na nova versão hollywoodiana do clássico conto chinês.

Para chegar na escolhida, a Disney despachou diretores de elenco para cinco continentes e considerou cerca de mil candidatas para o papel, que exige habilidades de artes marciais, capacidade de falar em inglês e carisma de estrela. E deu preferência à atrizes de descendência chinesa, em busca de precisão cultural.

Ao final, elegeu aquela que o público chinês já chamava de “irmã fada”, por seu olhar e imagem que transmitem inocência. Longe de ser uma “descoberta”, Liu é uma das atrizes mais populares de sua geração na China, inclusive com passagens anteriores por Hollywood. Ela atuou em inglês na fantasia de artes marciais “O Reino Proibido” (2008), ao lado de Jackie Chan e Jet Li, e na aventura medieval “O Imperador” (2014), com Nicolas Cage.

Fluente em inglês, por ter morado em Nova York durante parte de sua infância, a atriz também é estrela de produções chinesas de ação, mostrando habilidades como guerreira na franquia “Os Quatro” (foto que ilustra o post), que já rendeu três filmes de artes marciais medievais, além de “O Grande Mestre 3” (2015).

Recentemente, ela contracenou com Emile Hirsch em “The Chinese Widow”, filme do dinamarquês Bille August (“Trem Noturno para Lisboa”) que abriu o Festival Internacional de Cinema de Xangai em junho. E estava escalada para estrelar a sci-fi de desastre “Imersion”, de Peter Segal (“Tratamento de Choque”), ao lado de Samuel L. Jackson.

Sua fama e beleza também a transformaram em embaixatriz chinesa de grifes como Dior, Tissot, Garnier e Pantene.

A escolha da atriz reforça que, ao contrário de “A Bela e a Fera”, a versão com atores de “Mulan” não será um musical, mas um filme de ação. Foi a própria diretora, Niki Caro, quem tinha apontado esse rumo. “Pelo que entendo, não temos canções até agora, para horror dos meus filhos”, ela comentou, em entrevista ao site Moviefone.

A diretora neo-zelandesa, que chamou atenção em 2002 à frente de uma história com tom de fábula e heroína adolescente, “Encantadora de Baleias”, será a primeira mulher a dirigir uma versão “live action” do estúdio, após “Alice no País das Maravilhas” (2012), “Malévola” (2014), “Cinderela” (2015), “Mogli” (2016) e “A Bela e a Fera” (2017) terem sido comandadas por homens.

A fábula de “Mulan” conta a história de uma guerreira chinesa que resolve se fingir de homem para ir à guerra no lugar do pai, um senhor de idade doente que provavelmente morreria em batalha, mas que precisa ir por ser o único homem da família. A versão animada dos anos 1990 chamou muita atenção por seu pioneirismo, ao mostrar a primeira Princesa da Disney realmente independente, que dispensava ajuda do Príncipe Encantado para vencer seus desafios.

Niki Caro realizou recentemente a série infantil “Anne”, disponível no Brasil pela Netflix, e o filme “O Zoológico de Varsóvia”, lançado no começo do ano.

Sua relação com a Disney vem desde o drama esportivo “McFarland dos EUA”, que fez sucesso no mercado doméstico em 2015.