A mostra Indie completa 17 anos de poucas concessões, trazendo alguns dos cineastas mais obscuros e as produções mais autorais do cinema contemporâneo ao Brasil. Em 2017, o evento “começa ao contrário”, por São Paulo, estendendo-se por um semana a partir de quarta (13/9), antes de ser retomado em Belo Horizonte, seu lar original, na terça (20/9).
Entre os 43 filmes, selecionados de 15 países, 22 pertencem a uma retrospectiva do diretor francês Philippe Garrel, mais conhecido das novas gerações como o pai do galã Louis Garrel. O próprio cineasta selecionou os títulos e decidiu quais seriam exibidos em cópias de 35mm e quais teriam exibição digital. Nove filmes fazem parte do começo experimental de sua carreira – obviamente – , incluindo o curta “Actua I” (1968), um registro raro de maio 1968, cuja cópia era considerada perdida até pouco tempo. Mas a maior curiosidade é “La Cicatrice Intérieure” (1972, foto acima), estrelado pela modelo, atriz e cantora Nico, da banda Velvet Underground.
A tradicional Mostra Mundial traz 16 filmes anti-comerciais, dentre eles seis dirigidos por mulheres. Os destaques são para “Na Praia à Noite Sozinha”, do sul-coreano Hong Sang-Soo, que vendeu o prêmio de Melhor Atriz (Kim Minhee) no Festival de Berlim deste ano, e “Jovem Mulher”, da francesa Léonor Serraille, premiado com a Câmera de Ouro (melhor primeiro filme) no Festival de Cannes 2017.
O festival também tem uma seção chamada Clássica, que apresentar clássicos restaurados. Este ano, terão projeção em 4K duas obras-primas que estão completando 50 anos: “A Bela da Tarde” (1967), de Luis Buñuel, e “A Primeira Noite de Um Homem” (1967), de Mike Nichols. A lista também inclui “Stromboli” (1950), de Roberto Rossellini, “Acossado” (1960), de Jean Luc-Godard, e o contemporâneo “Mulholland Drive – Cidade dos Sonhos” (2001), de David Lynch.
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