A Amazon anunciou o cancelamento de duas séries de época relacionadas ao escritor F. Scott Fitzgerald: “The Last Tycoon” e “Z: The Beginning of Everything”.
“Z” era baseada na vida do casal Fitzgerald, com maior destaque para a escritora Zelda Fitzgerald, interpretada por Christina Ricci (série “Pan Am”). Criada por Dawn Prestwich e Nicole Yorkin (roteiristas de “The Killing”), gerou muitas expectativas ao se propôr a retratar os romances e brigas que alimentaram obras-primas da literatura, como “Os Belos e Malditos” (1922) e “O Grande Gatsby” (1925), de Scott Fitzgerald, “Esta Valsa É Minha” (1932), de Zelda, e “Suave É a Noite” (1934), a resposta do escritor ao livro da esposa.
A crítica norte-americana elogiou a recriação da época, mas considerou a narrativa muito convencional e as interpretações histéricas. Mesmo assim, a série conseguiu 69% de aprovação no Rotten Tomatoes e quase garantiu a 2ª temporada.
De fato, a Amazon chegou a anunciar sua renovação, mas, sem maior explicação, acabou mudando de ideia enquanto a produção desenvolvia novos roteiros. US$ 7 milhões já tinham sido gastos na preparação da 2ª temporada.
Já a série “The Last Tycoon”, baseada no último livro do escritor, “O Último Magnata”, e estrelada por Matt Bomer (série “White Collar”), foi cancelada após sua temporada inicial ser considerada medíocre pela crítica. A atração teve apenas 53% de aprovação na média do site Rotten Tomatoes, novamente com elogios para a recriação do glamour dos anos 1930 e o bom elenco, que não compensariam os roteiros superficiais.
Desenvolvida pelo roteirista e diretor Billy Ray (“Olhos da Justiça”), a série trazia Matt Bommer como Monroe Stahr, um produtor prodígio de Hollywood na década 1930, que, em sua ascensão, se coloca contra seu mentor e atual chefe de estúdio, Pat Brady (Kelsey Grammer, de “Transformers: A Era da Extinção”). O elenco ainda destaca Lily Collins (“Simplesmente Acontece”) como a filha de Brady, cujas aspirações hollywoodianas são manipuladas por Stahr, e Rosemarie DeWitt (“Homens, Mulheres e Filhos”) como a esposa de Brady.
Os cancelamentos são atribuídos a uma mudança na estratégia de produção da Amazon. Segundo a revista Variety, o CEO Jeff Bezos quer produzir mais séries de apelo global para conseguir criar seu próprio fenômeno popular, à la “Game of Thrones”. Séries de sucesso moderado vão abrir espaço para atrações de perfil mais comercial ou que, no mínimo, gerem discussões. “The Last Tycoon” e “Z: The Beginning of Everything” estrearam e foram canceladas sem gerar burburinho.