Morreu John G. Avildsen, diretor dos clássicos “Rocky: Um Lutador” (1976) e “Karatê Kid” (1984). Ele faleceu na sexta-feira (16/6) em Los Angeles, aos 81 anos, vítima de câncer nos pâncreas.
Avilsen começou sua carreira como assistente de direção de Otto Preminger nos anos 1960 e em pouco tempo passou a comandar seus próprios filmes: produções independentes, que ele dirigiu, produziu, filmou e editou.
Seus primeiros longas tinham temáticas contraculturais. A lista inclui o psicodélico “Turn on to Love” (1969), o contestador “Adivinhe o que Elas Aprenderam na Escola Hoje” (1970), sobre educação sexual, e o perturbador “Joe – Das Drogas à Morte” (1970), sobre um extremista conservador assassino de hippies. Mas aos poucos essa tendência deu lugar a filmes por encomenda.
Sua carreira entrou em outro patamar a partir de “Sonhos do Passado” (1973), que ele realizou para a Paramount. O filme foi indicado a três Oscars e rendeu o troféu de Melhor Ator para Jack Lemmon.
Mas isso não foi nada perto da repercussão de “Rocky”, produção da MGM que se tornou um fenômeno, transformando o ator e roteirista Sylvester Stallone num astro do cinema. A história do lutador amador que enfrenta o campeão do mundo foi indicado a impressionantes dez Oscars e venceu como Melhor Filme do ano. Pela criação das cenas clássicas de “Rocky”, o próprio Avilsen venceu o Oscar de Melhor Diretor e o troféu do Sindicato dos Diretores (DGA Award).
“Todos recordam a primeira vez que viram ‘Rocky’. Por mais de 40 anos, a história clássica sobre o perdedor que supera todas as probabilidades tem encantado gerações de espectadores”, disse o presidente e CEO da MGM, Gary Barber, que definiu Avildsen como “um tesouro americano”.
Graças ao status atingido por “Rocky”, o cineasta ficou em alta com os grandes estúdios, assinando produções bastante variadas, como “A Fórmula” (1980), thriller estrelado por Marlon Brando, e “Estranhos Vizinhos” (1981), comédia com John Belushi. O trabalho sob encomenda rendeu bombas como “Clube das Mulheres” (1983), mas também sucessos retumbantes, como “Karatê Kid” (1985).
Com “Rocky” e “Karatê Kid”, Avildsen inaugurou duas das franquias mais bem-sucedidas de seu tempo. Ele dirigiu todos os três “Karatê Kid” lançados nos anos 1980 e ainda “Rocky V”, em que o personagem se aposentou dos ringues, em 1990.
Ao todo, ele dirigiu 30 filmes, entre ficções e documentários. Seu último longa foi “Inferno” (1999), estrelado por Jean-Claude Van Damme, em que se desentendeu com os produtores e pediu para tirar seu nome da produção. O filme chegou às telas trazendo um nome fictício como diretor, e Avildsen nunca mais foi contratado em Hollywood.
Após anos de reclusão, ele planejava voltar com um novo trabalho, intitulado “Nate & Al”, uma comédia estrelada pelos veteranos Richard Dreyfuss e Martin Landau. Mas o projeto não saiu do papel. Em vez disso, seu último registro foi como ele próprio, diante e não atrás das câmeras. Avildsen foi homenageado com um documentário dedicado a sua carreira, “John G. Avildsen: King of the Underdogs”, que teve sua première no Festival de Santa Barbara, em fevereiro passado.