Morreu o ator francês Victor Lanoux, que estrelou a bem-sucedida comédia romântica “Primo, Prima” (1975), indicada a três Oscars. Ele faleceu na quinta (4/5), após sofrer um derrame, aos 80 anos.
Em “Primo, Prima”, o personagem de Lanoux encontra sua prima, vivida por Marie-Christine Barrault, em um casamento da família, enquanto sua mulher têm um affair com o marido dela. Os dois se tornam amigos, mas logo percebem que uma relação platônica não faz sentido e se deixam apaixonar.
Em sua crítica, o célebre Roger Ebert escreveu que Lanoux e Barrault deram ao público “um dos casais mais atraentes e agradáveis em filmes recentes… Eles dançam, compartilham pequenas coisas sobre si mesmos e permitem nascer uma súbita, saudável e sensual afeição”.
A comédia foi indicada ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, Atriz (Barrault) e Roteiro Original (Jean-Charles Tacchella, que também dirigiu). E acabou ganhando um remake americano, “Um Toque de Infidellidade” (1989), com Ted Danson e Isabella Rossellini.
O papel rendeu a Lanoux sua única indicação como Melhor Ator no César (o Oscar francês). Mas, curiosamente, no mesmo ano ele também concorreu como coadjuvante pelo thriller policial “Adeus, Bruto” (1975).
Sua filmografia, por sinal, é repleta de sucessos, mas nenhum foi tão grande quanto “Primo, Prima”. Entre os destaques, incluem-se “O Doce Perfume do Adultério” (1976) e sua sequência, “Vamos Todos para o Paraíso” (1977), ambos dirigidos por Yves Robert. Mas o público da Sessão da Tarde pode lembrá-lo melhor como o ladrão na agência de viagens romana de “Férias Frustradas II” (1985), que dá para a família Griswold as chaves de um carro com um refém no porta-malas.
Ele acabou se afastando dos cinemas ao estrelar a série de sucesso “Louis la Brocante”, entre 1998 e 2013, como o antiquário Louis Roman, que trabalha com detetive nas horas de folga, além de intercalar outro papel-título na série policial “Commissaire Laviolette”, cujo último episódio foi ao ar no ano passado.
Seus problemas de saúde começaram em 2007, quando um aneurisma o levou a ser operado, mas um erro médico, durante a cirurgia, deixou-o paraplégico. Isto não o impediu de continuar atuando, muito menos de se casar com a diretora Véronique Langlois, que o comandou em “Louis la Brocante” e foi seu apoio nas horas mais difíceis. Os médicos lhe tinham dito que ele nunca mais andaria, mas a mulher o convenceu do contrário, e ele conseguiu seu milagre, voltando a atuar e a sobreviver a novas cirurgias cardíacas, aproveitando, ao final, uma década de vida de casado.