O cineasta Scott Derrickson, especialista em terror que dirigiu o blockbuster “Doutor Estranho”, entrou na série “Snowpiercer”, baseada na sci-fi sul-coreana “Expresso do Amanhã”. Ele vai assinar o piloto e dividir a produção do projeto, junto dos cineastas Bong Joon Ho e Park Chan-wook, respectivamente diretor e produtor do filme original.
Em desenvolvimento para o canal pago americano TNT, a série terá como base a graphic novel francesa de Jacques Lob e Jean-Marc Rochette, que inspirou o filme. A trama se passa em 2031, após uma nova Era do Gelo, que erradicou quase toda a vida na Terra. Os últimos sobreviventes da humanidade vivem num trem Perfurador de Neve, que usa o próprio movimento para gerar energia. O problema é que, dentro do veículo, há um sistema de classes sociais que acumula tensões e deflagra uma revolução.
A adaptação está a cargo do roteirista Josh Friedman, que escreveu “Guerra dos Mundos” (2005), a série “Terminator: The Sarah Connor Chronicles” (2008-2009) e está envolvido com as continuações de “Avatar” (2009).
O elenco da série, porém, não deve ser tão especular quanto o da produção cinematográfica. O primeiro nome divulgado é Daveed Diggs (série “The Get Down”), que viverá um novo personagem em relação ao filme: Layton Well, um “passageiro que mal consegue sobreviver às condições terríveis da parte de trás do trem”, de acordo com a descrição oficial da produção.
Para quem não lembra, a versão de cinema foi estrelada por Chris Evans (“Capitão América: Guerra Civil”), Jamie Bell (“Ninfomaníaca”), Tilda Swinton (“Doutor Estranho”), Octavia Spencer (“A Série Divergente: Convergente”), John Hurt (“O Espião que Sabia Demais”), Alison Pill (“Zoom”), Ewen Bremner (“Jack – O Matador de Gigantes”) e Ed Harris (série “Westworld”), além dos sul-coreanos Sang Kang-ho e Ko Ah-sung, que trabalharam com o diretor em “O Hospedeiro” (2006).
Vale lembrar que o filme acabou envolvido numa grande polêmica nos EUA, porque o produtor Harvey Weinstein pretendia cortar 20 minutos do longa para exibi-lo no país, além de desejar adicionar narrações, descaracterizando completamente a produção. Mesmo sendo sua estreia em Hollywood, Bong Joon-Ho não aceitou, protegido por cláusulas contratuais. Por conta disso, a Weinstein Company atrasou o lançamento nos países de língua inglesa em mais de um ano. O reflexo dessa briga respingou até no Brasil, onde o filme só foi chegar dois anos após quebrar recordes de bilheterias na Coreia do Sul.
Por conta disso, Bong Joon Ho não se cansa de elogiar a Netflix, que lhe deu liberdade total para fazer seu novo filme, “Okja”, exibido no Festival de Cannes.
O piloto precisará ser aprovado pelo TNT para ganhar encomenda de temporada e virar série. Além deste, Derrickson também vai dirigir o piloto da série de terror “Locke & Key”.