Sete dos filmes que fariam parte da 21ª edição do Cine PE foram retirados da programação do evento. Os diretores dos filmes “pediram pra sair” do festival por, segundo comunicado, não quererem estar atrelados a uma programação que “favorece um discurso partidário alinhado à direita conservadora e grupos que compactuaram e financiaram o golpe ao Estado democrático de direito ocorrido no Brasil em 2016”.
A carta aberta, divulgada na tarde desta quarta-feira (10/5), explica que “apenas no dia 8 de maio, através de veículos de imprensa, tomamos conhecimento da grade completa dos filmes que foram selecionados para o festival”, e a partir daí decidiram retirar-se. “Esperamos poder participar de edições futuras e mais conscientes”, completa o manifesto.
Não foram apontados quais são os “filmes golpistas”, mas o Cine PE incluiu em sua mostra competitiva o documentário “O Jardim das Aflições”, sobre o astrólogo ultraconservador Olavo de Carvalho, que foi feito sem incentivo público, mas com cotas de patrocínio de uma editora que prepara uma biografia do deputado Jair Bolsonaro. Além disso, o festival anunciou a exibição fora da competição de “Real – O Plano por Trás da História”, de Rodrigo Bittencourt, que resgata a criação da moeda em 1993.
Da lista de ausências anunciadas, apenas um filme fazia parte da competição de longas: o documentário pernambucano “O Silêncio da Noite É que Tem Sido Testemunha das Minhas Amarguras”, de Petrônio Lorena. Os demais eram curta-metragens.
O festival está marcado para acontecer entre os dias 23 e 29 de maio no cinema São Luís, no centro do Recife. O evento conta com uma mostra competitiva entre longas e curtas, e também exibições de filmes fora de concurso, infantis e clássicos brasileiros.
Para completar, neste ano estão previstas homenagens para os atores Rodrigo Santoro e Cássia Kis Magro e o crítico pernambucano Luiz Joaquim.