O lendário ator francês Alain Delon anunciou que fará um último filme, aos 81 anos de idade, antes de se aposentar do cinema.
“Eu tenho a idade que tenho. Fiz a carreira que fiz. Vou fechar o ciclo com um filme e uma peça de teatro magníficos. Não é o fim de uma vida, mas de uma carreira”, disse o ator na terça (9/5) à agência France Press.
Além de ser considerado um dos maiores sex symbols masculinos dos anos 1960, Delon estrelou grandes clássicos numa carreira de mais de cinco décadas. Seus papéis em “Rocco e seus Irmãos” (1960), de Luchino Visconti, “O Sol por Testemunha” (1960), de René Clement, “O Eclipse” (1962), de Michelangelo Antonioni, “O Leopardo” (1963), novamente de Visconti, “O Samurai” (1967), de Jean-Pierre Melville, “A Piscina” (1969), de Jacques Deray, e “Borsalino” (1970), também de Deray, marcaram gerações de cinéfilos.
Seu último filme será rodado no fim do ano, novamente sob comando de um grande cineasta, o francês Patrice Leconte (“O Que Eu Fiz Para Merecer Isso?”). Sem título divulgado, o longa vai juntar Delon à estrela Juliette Binoche (“Acima das Nuvens”) e deverá chegar aos cinemas em 2018.
“Será uma bela história de amor. Ainda não há título, mas meu personagem vai se parecer um pouco comigo na vida: um homem da minha idade, caprichoso, furioso, mas que descobrirá o amor antes de partir”, afirmou.
Delon disse esperar que a produção seja selecionada para o Festival de Cannes do ano que vem, para se despedir do cinema em grande estilo.
“Depois desse último filme, encerrarei minha carreira com uma magnífica obra de teatro escrita por mim mesmo, ‘Le Crépuscule d’un Fauve’, de Jeanne Fontaine”, contou.
Delon rodou seu último filme em 2012, “Happy New Year, Mommies!”, uma comédia romântica russa de formato coral, ao estilo do americano “Noite de Ano Novo” (2011). Antes disso, seu último filme francês tinha sido “Astérix nos Jogos Olímpicos”, em 2008, no qual interpretou Júlio César.
Sua popularidade sofreu uma queda nos últimos anos, após se manifestar favoravelmente ao partido da extrema direita francesa Frente Nacional, declarando-se a favor da pena de morte e execrando a homossexualidade, que ele considera “contra as leis naturais”.