Os críticos americanos não se empolgaram com “Não Devore Meu Coração”, primeiro filme solo de Felipe Bragança (codiretor de “A Alegria”). Exibido no Festival de Sundance com o título em inglês “Don’t Swallow My Heart, Alligator Girl!”, o longa teve alguns pontos destacados, mas a avaliação das duas principais críticas publicadas até agora é de que se trata de um trabalho amador.
A resenha menos destrutiva, publicada no site Screen Daily, considerou o filme “desigual”: “Há flashes de inspiração e momentos memoráveis suficientes para garantir a atenção no circuito dos festivais, mas há também uma sensação persistente de que Bragança abocanhou mais do que poderia mastigar”.
A pior avaliação veio da revista Variety, que, para ilustrar o amadorismo da produção, chega a mencionar uma cena dramática de funeral, “que não deveria produzir risadas”. Embora tenha havido menções positivas para a direção de fotografia de Glauco Firpo (“Castanha”) e a atuação Cauã Reymond (“Alemão”), estes elementos são citados como antítese. Por exemplo: “O contraste entre o popular ator brasileiro Reymond (também co-produtor), mastigando suas frases com a formação de um profissional, e os artistas amadores claramente inseguros de como dizer diálogos pouco naturais, destrói qualquer ilusão de coesão”. A lista de defeitos citados segue, arrasadora, da “edição sem brilho” à inserção “inelegante” de trechos musicais.
A conclusão do crítico, que se chama Jay Weissberg, é similar à do Screen Daily, ainda que mais ácida. “Após algumas exibições em festivais, ‘Não Devore Meu Coração’ será, de fato, deglutido”.
A crítica da Variety foi reproduzida no Yahoo! e em dezenas de outros sites.