O presidente do Marvel Studios Kevin Feige pisou numa casca de banana e nem percebeu, ao falar sobre seus planos para o filme da “Capitã Marvel”, numa entrevista publicada pela revista Variety. O tropeço cinematográfico aconteceu quando ele afirmou que era importante ter uma mulher como diretora do longa.
“Ter uma diretora mulher no comando para contar a história de uma mulher, que também é nossa heroína mais poderosa com folga, é muito importante para nós”, disse Feige.
Ou seja, o padrão da Marvel foi assumido de forma franca. Para o primeiro filme de herói negro, como “Pantera Negra”, contrata-se um diretor negro (Ryan Coogler). Para o primeiro filme de heroína, uma cineasta feminina. Mas imaginar uma mulher à frente de um filme dos Vingadores? Nem pensar. Os 90% de filmes que sobram têm sido comandados por homens brancos. A Marvel nunca lançou um filme dirigido por mulher ou negro antes. Nem tem, em seu cronograma, planos para fazer isso com outros lançamentos.
Para compensar o sexismo deslavado, Feige tratou de demonstrar o quanto a Capitã Marvel é poderosa, em comparação aos demais heróis do estúdio. “Se você tivesse as fichas dos personagens da Marvel e pudesse ver seus níveis de poder, ela seria fora de série comparada a qualquer pessoa que já introduzimos em um filme”.
Ele ainda aproveitou para elogiar a escolha da atriz Brie Larson (“O Quarto de Jack”) para o papel. “Com a Capitã Marvel, que tem poderes de um nível que ainda não vimos em nossos filmes, você precisa equilibrar com uma intérprete que seja muito humana, relacionável e capaz de convencer a audiência, ao voar até o sol e socar uma espaçonave. Ao mesmo tempo, ela tem que pousar e demonstrar falhas humanas”.
Enquanto isso, Feige continua sem falar sobre o filme da Viúva Negra. Dois filmes com heroínas mulheres talvez sejam muito para a Marvel. Mas Capitã Marvel é tão poderosa que vale por duas, não é mesmo?
O longa chega aos cinemas apenas em 2019.