Fazer sucesso tem seu preço. Para o cineasta Fank Darabont, o preço é US$ 280 milhões. É isto que ele pede de indenização, num processo que está movendo contra o canal pago americano AMC por lucros cessantes, fraude e quebra de contrato, informou o site The Hollywood Reporter.
Darabont foi quem criou a série “The Walking Dead”. Ele convenceu o autor de quadrinhos Robert Kirkman a lhe permitir que adaptasse seus gibis de zumbis e enfrentou a resistência de diversos executivos da TV, que não viam potencial no material, até emplacar o piloto no AMC, cujo maior sucesso da época, “Mad Men”, costumava ser visto por cerca de 2 milhões de telespectadores.
Dedicando-se ao trabalho, ele escreveu, dirigiu e produziu o piloto. Fez mais, escreveu outros dois episódios e cuidou de cada detalhe da 1ª temporada, além de ter comandado todo o começo da 2ª, que seu perfeccionismo exigiu que fosse reescrita até durante as gravações.
Vendo que a série tinha três vezes mais público que a incensada “Mad Men” e dava cinco vezes mais trabalho para ser produzida, Darabont se tornou um “chato”, passando a exigir melhores condições de filmagens, com maior orçamento para a produção. Acabou batendo de frente com o presidente da AMC, que, ao contrário da vontade do diretor, queria diminuir o orçamento para compensar, com “The Walking Dead”, o prejuízo de outras séries “de maior prestígio”. A discussão acabou rendendo a sua demissão.
Agora, o homem que viu o potencial, levou a série para o canal, escreveu o roteiro, dirigiu e produziu seu lançamento exige ser recompensado pela atração, que já bateu o recorde de maior audiência da TV paga em todos os tempos.
De acordo com o Hollywood Reporter, Darabont alega que o AMC não está lhe repassando direitos referentes ao licenciamento da série para outros canais, inclusive emissoras afiliadas, que ele plateia por conta de uma cláusula de seu contrato original.
O site também apurou que o processo deverá trazer à luz as verdadeiras circunstâncias que levaram ao seu afastamento da série. O produtor alega que foi prejudicado financeiramente, por ter trabalhado no desenvolvimento de toda a 2ª temporada e só receber até a data de sua demissão. Mas enquanto ele garante ter trabalhado em todos os episódios, a emissora sustente que ele precisaria ter estado presente até o fim das gravações. Há, inclusive, a questão dos direitos que Darabont poderia requisitar sobre “Fear the Walking Dead”, série derivada que só se tornou possível devido ao sucesso de seu projeto.
Enquanto isso, “The Walking Dead” retorna com sua 7ª temporada em 23 de outubro, com exibição simultânea no Brasil pela Fox.