O Ministro da Cultura Marcelo Calero rasgou vários elogios ao filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, exibido na abertura do Festival de Gramado, na noite de sexta (26/8).
“Gostei muito”, ele disse ao jornal Folha de S. Paulo. “Para começar, porque a Sonia Braga fez um excelente trabalho. E Kleber Mendonça Filho demonstrou grande sensibilidade. O filme é um grande exemplo da qualidade do cinema brasileiro.”
Calero, que esteva presente no festival, foi vaiado pelo público e ouviu gritos de “golpista” assim que as luzes se apagaram para o começo da cerimônia. Também ouviu “manda nudes”, para se ter ideia, além de um coro de “Fora Temer”, mas nenhum “Fica Dilma”, absolutamente nenhum.
Segundo o jornal, o Ministro não quis comentar as vaias nem a classificação etária de 18 anos que “Aquarius” recebeu do Ministério da Justiça.
Além de Calero, estiveram na sessão Alfredo Bertini, secretário do Audiovisual, e Marcos Petrucelli, crítico que integra a comissão que definirá qual filme irá representar o Brasil na busca por uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2017.
Petrucelli é o crítico que está sendo atacado por Filho e diversos outros cineastas, por ter considerado uma “palhaçada” a photo-op da equipe de “Aquarius” durante do Festival de Cannes, ocasião em que o diretor e seu elenco exibiram cartazes afirmando que “O Brasil não é mais uma democracia” devido a um “golpe de estado”.
Curiosamente, três meses depois, o mesmo Filho faz questão de dizer que não abre mão de participar das “regras democráticas” para tentar eleger “Aquarius” como o representante do Brasil (aquele país que tinha sofrido golpe e deixado de ser democracia) no Oscar. Caso isso venha a acontecer, o protesto no país do caviar se tornará ainda mais folclórico que já é.