A vida da atriz Clara Bow vai virar filme. A produtora indie Silver Bullet anunciou ter adquirido os direitos do livro “Clara Bow: Runnin’ Wild”, de David Stenn, e o próprio biógrafo ficou responsável pelo roteiro. A produção está a cargo de David Silver, proprietário da Silver Bullet, e Mike Witherill, produtor de “De Volta ao Jogo” (2014).
Ela saiu dos cortiços do Brooklyn e conseguiu escapar a sina de alcoolismo e insanidade de sua família ao ganhar um concurso de talentos aos 16 anos, que premiava com um papel num filme. Ela estreou em Hollywood em 1922 e logo se destacou pela beleza, estrelando diversos clássicos do cinema mudo. Seu maior sucesso foi o filme “O Não Sei Que das Mulheres” (1927), cujo título original, “It”, lhe rendeu o apelido pelo qual entrou para a posteridade: a “it girl” – a garota com um “não sei quê”.
Clara também estrelou “Asas” (1927), vencedor da primeira edição do Oscar em 1929, e foi uma das poucas estrelas a conseguir fazer a transição do cinema mudo para o falado nos anos 1930 sem perder público, por isso também era referida, em seu auge, como a “Rainha de Hollywood”.
Conhecida por interpretar mulheres espirituosas, ela acabou se resignando, na vida real, a desempenhar o papel de esposa recatada e do lar, abandonando o cinema após se casar com o ator Rex Bell. Clara se aposentou aos 24 anos, com o lançamento de “Lábios de Fogo (1933). Ela teve dois filhos, mas o afastamento de Hollywood a levou à depressão e ao desenvolvimento de fobia social, que culminou numa tentativa de suicídio em 1944. Internada numa clínica, foi diagnosticada como esquizofrênica e tratada à base de eletrochoques, e ao ter alta se recusou a voltar a viver com sua família, passando o resto da vida isolada, até falecer em 1965, aos 60 anos.