Duas franquias voltadas ao público mais jovem vão disputar as bilheterias do fim de semana. Tanto o nacional “Carrossel 2 – O Sumiço de Maria Joaquina” quanto o americano “Caça-Fantasmas” foram lançados em mais de 800 salas, com o brasileiro levando uma pequena vantagem de 50 telas.
A continuação do sucesso “Carrossel – O Filme” (2015) apela às crianças com uma história que mistura comédia, aventura e espírito de competição. Para salvar a amiguinha do título, raptada por vilões, os estudantes do Carrossel terão que participar de uma gincana que lembra quadros de reality show e programas de auditório – o que é bem a cara da rede SBT, responsável pela novela que originou a franquia.
Já “Caça-Fantasmas” perdeu o gênero do título original de 1984, mas não escapou da “discussão de gênero”. Em busca de hits, após colecionar fracassos consecutivos, a Sony resolveu relançar sua velha marca com nova roupagem, mudando o sexo de seus protagonistas. O instinto do público foi torcer o nariz para o caça-níquel, fazendo o primeiro trailer da produção virar o mais odiado da história do YouTube. Mas marketing de multinacional é coisa séria, a ponto de trabalhar para confundir a percepção do “‘Caça-Fantasmas’ com mulheres” com um projeto feminista. Não é nada disso, assim como o remake de “Morte no Funeral” (2010) com atores negros não foi um marco da luta pela igualdade racial. Até as sufragistas seriam capazes de dizer que “Os Caça-Fantasmas” é bem melhor que o similar de gênero.
Mesmo com dois lançamentos ocupando 60% de todas as salas disponíveis no país, o descartável “A Última Premonição” chega em quase 100 salas. Dirigido por Greg Greutert (“Jogos Mortais – O Final”), traz Isla Fisher (“Truque de Mestre”) sofrendo um mix de clichês de horror, como uma grávida que tem visões trágicas numa casa assombrada por fatos terríveis do passado. Nem a participação de Jim Parsons (série “The Big Bang Theory”) impediu o filme de ser lançado direto na internet nos EUA.
Completam a programação dois filmes franceses em distribuição limitada. A comédia de humor negro “La Vanité”, estrelada pela espanhola Carmen Maura (“Volver”), acompanha um homem doente que decide morrer de forma memorável, mas nada acontece como ele planeja.
Por fim, o drama “Agnus Dei”, de Anne Fontaine (“Coco Antes de Channel”), traz Lou de Laâge (a revelação de “Respire”) como uma médica da Cruz Vermelha que se depara com a história chocante do estupro seguido por gravidez de inúmeras freiras de um convento polonês, cometido impunemente por soldados soviéticos durante a 2ª Guerra Mundial. Com 90% de aprovação no site Rotten Tomatoes, é disparado o melhor filme da semana, além da história que realmente deveria interessar quem busca uma opção feminista. Mas só está disponível em 28 salas.