Segundo maior grupo exibidor do Brasil, a rede de cinemas Cinépolis inaugurou uma estratégia diferenciada e promissora, apostando em lançamentos exclusivos em seu circuito. Após experimentar essa abordagem com sucesso com dois lançamentos religiosos, o drama americano “Quarto de Guerra”, em dezembro, e o mexicano “Little Boy – Além do Impossível”, no começo de março, a rede lançou seu primeiro filme brasileiro exclusivo neste fim de semana.
A iniciativa foi feita com a distribuição de “A Luneta do Tempo”, primeiro longa dirigido pelo cantor e compositor Alceu Valença, que chegou em 14 salas da Cinépolis, boa parte delas no Nordeste, em parceria com distribuidora Fênix.
“Há alguns produtos que não chegam no mercado, mas tem o seu potencial. É um nicho a ser explorado”, explicou Paulo Pereira, diretor comercial da rede, em entrevista ao site Filme B.
Com 44 cinemas e 341 salas pelo país, que representam 11,5% do parque exibidor nacional, a iniciativa da Cinépolis, rede de origem mexicana, pode se provar uma boa solução para os bons filmes brasileiros que estão padecendo para encontrar salas disponíveis no mercado. “Chatô – O Rei do Brasil”, por exemplo, com todo o seu potencial, foi lançado em apenas 16 salas no ano passado, e mesmo assim foi o segundo filme que mais encheu salas em seu fim de semana de estreia.
Diante da falta de iniciativa da Ancine (Agência Nacional de Cinema), o próprio mercado começa a desenrolar o grande nó de distribuição que pressiona negativamente o cinema brasileiro de qualidade, impedindo seu crescimento.
“Estamos olhando muito os filmes nacionais agora”, disse o diretor da Cinépolis, que já prepara outro lançamento exclusivo ainda neste semestre. Será um filme infantil.