A polícia prendeu na manhã desta quarta-feira (16/3) suspeitos de participar dos ataques de teor racista nas redes sociais contra as atrizes Taís Araújo, Sharon Menezes e Cris Vianna, e a jornalista Maria Júlia Coutinho, do Jornal Nacional. Os policiais da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) do Rio de Janeiro, responsáveis pela Operação Cyberstalking, cumpriram, desde a madrugada, mandados de prisão em diversos estados (Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina).
De acordo com o delegado da DRCI, Alessandro Thiers, um dos líderes do grupo suspeito de cometer os ataques é um adolescente, localizado em São Paulo. Outro suspeito de cometer o crime é paranaense, mas já está preso desde 2015 pelo crime de pedofilia. Além deles, o técnico de informática Tiago Zanfolin Santos da Silva, de 26 anos, foi detido na cidade de Brumado (a 555 quilômetros de Salvador).
Eles vão responder por racismo, injúria racial, ameaça, pedofilia e organização criminosa. “Os detidos tinham um papel de administradores. Eram os mentores intelectuais de centenas de grupos que envolvem milhares de integrantes. Não dá para entender a motivação deles. São pessoas que se identificam com essa causa e, na cabeça delas, estão fazendo a coisa certa”, ele disse para a imprensa.
Thiers ainda elogiou a atitude de Taís Araújo e pediu que vítimas deste tipo de crime compareçam às delegacias para registrar queixa. “Identificamos no caso de injúria racial crime de ação penal privada, portanto, é necessário que a vítima compareça à delegacia para fazer a representação e assim autorizar o início das investigações. Enaltecemos a atitude de Taís Araújo, que compareceu à delegacia e registrou queixa assim que sofreu os ataques. Se Maria Julia Coutinho tivesse feito uma representação, talvez o crime contra Taís não tivesse ocorrido”, concluiu.
Por meio de sua assessoria de imprensa, Taís Araújo parabenizou a ação policial. “Fico feliz que a justiça tenha sido feita. Espero que crimes dete tipo contra qualquer mulher negra não fiquem impunes”, ela declarou.