O novo filme de Michael Moore, “Where to Invade Next”, foi exibido fora de competição no Festival de Berlim. E também foi o mais próximo que se encontrou de uma comédia no sizudo festival germânico – dedicado essencialmente à produções artísticas. O longa narra as andanças de Moore por nações da Europa, além da Tunísia, em busca de boas ideias e práticas para “roubar” e levar para a América. De país para país, muitas piadas que, somadas ao carisma do diretor/apresentador, provocaram imensas gargalhadas entre o público.
Entre os modelos que o investigador Moore quer levar para a América estão o sistema de pagamento de salários da Itália (Moore fica perplexo com o 13º salário e o subsídio de maternidade, igualmente praticados no Brasil), a descriminalização dos usuários de drogas em Portugal, o sistema penitenciário norueguês e a alimentação saudável das escolas francesas, entre outras.
Claro que, em meio do show-off, sobra superficialidades e afirmações fáceis – com conclusões apressadas e algumas francamente inverossímeis (como dizer que o único banco que sobreviveu à ruína do sistema financeira na Islândia o fez porque era gerido por mulheres) ou ingênuas de alguém que, a despeito de assumir o lado “esquerdo” da barricada, acredita na pureza dos velhos ideais americanos.
Moore não viajou a Berlim para acompanhar a première por enfrentar problemas de saúde, uma pneumonia que o internou no hospital e também o impediu de divulgar o lançamento nos EUA. Em seu Facebook, ele escreveu que “tentar voltar a respirar já é um sacrifício suficiente”.