O filme “A Filosofia na Alcova”, adaptação do clássico literário homônimo, dirigido por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, vai incluir uma cena em que 60 pessoas participam de uma orgia. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o número de envolvidos na cena de sexo é recorde nacional, até mesmo diante da voracidade das produções da era da pornochanchada.
A cena traz diversos figurantes nus e entretidos com apetrechos sadomasoquistas. “A gente anunciou nas redes sociais e aí foi aparecendo gente”, disse Ivan Cabral, em entrevista à Folha. “A ideia não era fazer um filme explícito, mas os atores se entregaram, uns treparam para valer”, completou.
“Filosofia na Alcova” é baseado no romance publicado clandestinamente pelo Marquês de Sade sobre dois libertinos, que se propõem a ensinar educação sexual a uma garota virgem. Tendo como pano de fundo a França revolucionária, a obra popularizou o vocabulário sadomasoquista com conceitos derivados da aristocracia da época, como “posição” e “submissão”.
A adaptação brasileira, porém, é passada em São Paulo e irá contrastar os trajes e costumes do século 18 com o mundo contemporâneo, em que limusines trafegam cheias de jovens nus, mas charretes ainda resistem, puxadas por escravos gêmeos. Segundo Vasquez, a ideia foi “fugir do realismo que marca o cinema brasileiro”, valorizando a linguagem teatral.
Este é o segundo longa de Cabral e Vázquez, fundadores da companhia de teatro experimental Os Satyros, após a estreia com “Hipóteses Para o Amor e a Verdade”, lançado em agosto de 2015. Eles planejam filmar seu terceiro filme ainda em 2016: “Pessoas Perfeitas”, baseado num texto original do grupo teatral.
“Filosofia na Alcova” não tem previsão de estreia comercial, mas deve participar de festivais antes de encarar o circuito.