O cineasta, produtor e empresário Steven Spielberg lançou um novo conglomerado de cinema e TV, a Amblin Partners, que vai reunir cinco produtoras diferentes sob o mesmo teto: os estúdios DreamWorks, Amblin Entertainment, Participant Media, Reliance Group e Entertainment One. O empreendimento, criado com um capital inicial de US$ 500 milhões, incluirá divisões de cinema, televisão e conteúdo digital. E todos os novos projetos serão desenvolvidos em parceria com a Universal Pictures, responsável por distribuir os filmes no cinema, e a Universal Television, produtora das principais séries exibidas na rede americana NBC e em canais pagos como o SyFy, USA Network e, no mercado internacional, Universal HD, entre outros.
Com isso, Spielberg não renovará o contrato de distribuição da DreamWorks com a Disney, que se encerra em agosto. “O Bom Gigante Amigo”, com direção do próprio Spielberg, e o drama “The Light Between Oceans”, estrelado por Michael Fassbender, Alicia Vikander e Rachel Weisz, serão os últimos títulos de sua empresa distribuídos pela Disney em 2016.
Segundo informações do site Deadline, a Universal firmou um contrato de cinco anos com a nova produtora e começará a parceria com a distribuição de “A Garota no Trem”, produção da DreamWorks baseada no best-seller de Paula Hawkins. O thriller será lançado em 7 de outubro nos EUA.
Para Spielberg, o negócio também representa uma “volta para casa”. Foi na Universal que ele começou, 45 anos atrás, consagrando-se com seus primeiros sucessos, “Tubarão” (1975) e “E.T. – O Extraterrestre” (1982). A conexão com o estúdio é tão grande que o diretor manteve, neste tempo inteiro, escritórios ativos dentro do complexo da Universal. Graças a isso, não fundiu a marca Amblin com a DreamWorks, mantendo sua primeira produtora fiel à Universal. A mais recente produção da Amblin, distribuída pela Universal, foi simplesmente “Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros”, maior bilheteria de 2015, com US$ 1,6 bilhão arrecadados em todo o mundo.
Mas enquanto a Amblin vai de vento em popa, a DreamWorks atravessa uma crise financeira. Fundada em 1994, a empresa já se associou à Paramount e à Disney, mas, nos últimos anos, vem amargando uma série de fracassos de bilheteria, o que fez com que sua posição no mercado fosse repensada.
Cada empresa participante na Amblin Partners ingressou com US$ 100 milhões no negócio, sendo que, por comandar duas delas (DreamWorks e Amblin), a maior parte da conta foi bancada pelo próprio Spielberg, por meio de empréstimos bancários. O negócio também muda o status dos estúdios Participant Media, Reliance Group e Entertainment One, que deixam de ser indies do ponto de vista financeiro.