Olhaí a chance de o Brasil ganhar um “Oscar”! O diretor russo Nikita Mikhalkov, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por “O Sol Enganador” (1995), está propondo a criação de um “Oscar alternativo” para os países em desenvolvimento, os chamados BRICS (sigla, em inglês, de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Mikhalkov, que também é presidente do sindicato dos cineastas russos, disse nesta semana, em conferência em Moscou, que “a ideia foi recebida com muito entusiasmo” nesses países. “Nesta situação, nós queremos que outras vozes sejam ouvidas no mundo, também.”
Mas já ignorando o Brasil no projeto, ele adiantou que trabalhava na criação de uma Academia do Cinema Eurasiano, que premiaria “Oscars alternativos” aos melhores filmes da Europa e Ásia a partir de 2017.
O detalhe – onde mora o diabo, segundo um provérbio alemão – é que já existe uma Academia do Cinema Europeu, que ignorou totalmente o novo filme de Mikhalkov, “Solnechny Udar” (insolação). O motivo foi a ficha corrida do simpático.
Chamado de cineasta chapa-branca por defender a anexação da Crimeia e por não se manifestar, ao lado da Academia, quando o cineasta Oleg Sentsov foi preso e deportado para a Rússia por se opor à invasão da Ucrânia, Mikhalkov virou persona non grata nos países do Mar Báltico. Em compensação, acabou recebendo uma indicação, como representante da Rússia, para disputar o Oscar 2016. Não conseguiu a vaga entre os finalistas da categoria de Filme em Língua Estrangeira, mas, segundo ele, isto era previsto, por causa da censura política de Hollywood. Seu filme, entretanto, não agradou nem a crítica de seu país.