A cantora M.I.A. voltou a polemizar com um nova música e clipe politizados. Em “Borders”, a rapper inglesa de descendência tâmil (Sri Lanka) aborda a questão da crise migratória, criticando a postura de líderes políticos europeus que cercam suas fronteiras para impedir a entrada de imigrantes.
Por isso, o clipe enfatiza multidões tentando superar cercas gigantescas, cobertas por arames farpados. M.I.A. também ilustra o ritmo intenso da migração pelo mar, por meio de verdadeiras esculturas humanas, culminando a produção com barcas sobrecarregadas de refugiados, que rumam para o desastre.
Ela mesma dirigiu o vídeo. E o resultado artístico é bem melhor que a letra repetitiva da canção, que soa redundante e confusa diante do tema. Ao mesmo tempo em que cita palavras de efeito, como “Políticos” e “Gente de barco”, M.I.A. também usa um vocabulário destrutivo, que permite dupla interpretação, ao falar em explosões e mortes. Para completar, ela aparece com uma camiseta pirata do time de futebol Paris Saint Germain, em alusão velada ao massacre de Paris. Detalhes preliminares da investigação do ataque apontam que os terroristas usaram as rotas dos imigrantes para entrar na Europa e barbarizar.
A música faz parte do quinto álbum da cantora, “Matahdatah”, ainda sem data oficial de lançamento.