Morreu o ator Steven Hill, que, durante 10 temporadas, deu vida ao promotor Adam Schiff, da série policial “Law & Order”. Ele faleceu na terça-feira (23/8) aos 94 anos, de causa desconhecida.
Filho de imigrantes russos judeus, ele nasceu em Seattle, no ano de 1922, como Solomon Krakovsky. Serviu na marinha durante a 2ª Guerra Mundial e só adotou o nome artístico americanizado após decidir seguir a carreira artística. Seu primeiro trabalho como ator foi na Broadway, com o espetáculo “A Flag Is Born”, em 1946, contracenando com um ainda desconhecido Marlon Brando.
Sua estreia no cinema aconteceu em 1950, no noir “A Mulher sem Nome”, estrelado por Hedy Lamarr, e ele conseguiu algum destaque em “A Deusa” (1958), baseado na vida de Marilyn Monroe, além de ter sido dirigido por John Cassavettes em “Minha Esperança é Você” (1963). Mas sua filmografia inicial é insignificante perto da quantidade de séries de que participou no mesmo período. Hill apareceu em dezenas de produções televisivas clássicas, desde “Actor’s Studio” e “Suspense”, ainda em 1949. A lista inclui, entre muitas outras, “Alfred Hitchcock Apresenta”, “Rota 66”, “Os Intocáveis”, “O Fugitivo”, “Cidade Nua”, “Dr. Kildare”, “Ben Casey” e “Couro Cru” (Rawhide), até que ele foi escalado para seu primeiro papel fixo na TV.
Em 1966, Hill foi contratado para viver um agente secreto chamado Dan Briggs, líder de uma força tarefa especial, que lidaria com as missões mais, digamos, impossíveis já mostradas na televisão. O nome da série era justamente “Missão Impossível”. Hill estrelou o piloto e comandou a equipe original por toda a 1ª temporada de 28 episódios. Mas o destaque não perdurou, já que o ator, judeu ortodoxo, teve problemas com a produção por se recusar a filmar às sextas-feiras depois das 16h. Na temporada seguinte, seu personagem foi substituído por Jim Phelps, papel do ator Peter Graves, que virou símbolo da série.
A frustração com a demissão de “Missão Impossível” o afastou das telas por um longo período. Ele passou o final dos anos 1960 e toda a década seguinte trabalhando em montagens teatrais. Mas voltou com tudo ao cinema nos anos 1980, participando de diversos filmes relevantes, numa lista que alterna sucessos de crítica e blockbusters, e privilegia grandes cineastas. A fase inclui o drama “Esta é Minha Chance” (1980), de Claudia Weill, “Testemunha Fatal” (1981), de Peter Yates, “Ricas e Famosas” (1981), de George Cukor, “Yentl” (1983), de Barbra Streisand, “Jogo Bruto” (1986), de John Irvin, “Perigosamente Juntos” (1986), de Ivan Reitman, “A Difícil Arte de Amar” (1986), de Mike Nichols, “Confissões de um Adolescente” (1986), de Gene Saks, e “O Peso de um Passado” (1988), de Sidney Lumet.
O ritmo intenso durou até 1990, quando Hill foi convidado pelo produtor Dick Wolf a voltar ao mundo das séries. Ele virou protagonista de uma nova atração procedimental, sobre polícia, crimes e tribunais, chamada “Law & Order”. A série virou um fenômeno, que rendeu derivados e inspirou inúmeras produções similares, estabelecendo uma fórmula duradoura entre os seriados americanos.
Por conta de seu envolvimento com as gravações, Hill fez poucos filmes durante a década. Entre eles, o maior destaque foi “A Firma” (1993), em que representou um lado mais sombrio do judiciário americano, contracenando com Tom Cruise.
Ele integrou o elenco de “Law & Order” por 10 temporadas, além de ter aparecido como seu personagem, o promotor Adam Schiff, no spin-off “Law & Order: SVU” em 2000. Naquele mesmo ano, decidiu se aposentar, encerrando sua carreira na franquia que lhe deu seu maior reconhecimento popular.