Steve Albini, produtor de Nirvana e Pixies, morre aos 61 anos

O guitarrista e engenheiro de som, que trabalhou em discos que marcaram o rock alternativo, faleceu de ataque cardíaco

Divulgação/Wikimedia Commons

Steve Albini, que marcou época como produtor e engenheiro de som influente, bem como guitarrista e vocalista das bandas de indie rock Shellac e Big Black, morreu aos 61 anos. Segundo um funcionário de seu estúdio, Electric Audio Recordings em Chicago, Albini sofreu um ataque cardíaco na noite de terça-feira (7/5). Apesar de rejeitar o termo “produtor”, preferindo ser chamado de “engenheiro”, Albini deixou um legado profundo, tendo trabalhado em mais de 2 mil álbuns, abrangendo desde bandas indie até grandes nomes da música.

Carreira marcada por colaborações notáveis

Nascido em Pasadena, Califórnia, em 22 de julho de 1962, Albini era conhecido por sua postura crítica em relação à indústria da música mainstream, que considerava comercial. Ele recusava-se a aceitar royalties tradicionais de produtor pelos álbuns que gravava.

Albini foi responsável por gravar alguns dos álbuns mais emblemáticos da música alternativa, incluindo “In Utero” (1993), o último álbum de estúdio do Nirvana, e “Surfer Rosa” (1988) dos Pixies, uma das bandas favoritas de Kurt Cobain, vocalista do Nirvana. Além disso, trabalhou com uma variedade de artistas de grande porte, como Breeders, banda da ex-baixista do Pixies, Kim Deal, PJ Harvey em seu álbum “Rid of Me” (1993), e bandas indie de sua cidade natal, Chicago, como Urge Overkill e The Jesus Lizard.

Influência como músico

Seu trabalho não se limitava apenas a produções, sendo ele mesmo um músico prolífico em bandas de punk noise como Big Black, Rapeman e Shellac. As bandas são obscuras para o grande público, mas Big Black, ativa entre 1981 e 1987, chegou a ser considerada a principal influência no som noise dos anos seguintes, de Sonic Youth a, sim, Pixies e Nirvana.

Últimos trabalhos

Albini mantinha um ritmo intenso de trabalho, colaborando com a cantora folk Nina Nastasia em 2022, além de trabalhar em álbuns de Black Midi, Spare Snare, Liturgy e Code Orange nos últimos dois anos.

Além disso, sua banda Shellac, dos anos 1990, tinha se reformado recentemente e estava prestes a lançar o primeiro álbum em uma década, “To All Trains”, com uma série de shows programados na Inglaterra em junho e nos Estados Unidos em julho, passando por Chicago, Nova York e Los Angeles.