Albert S. Ruddy, produtor de “O Poderoso Chefão”, morre aos 94 anos

Vencedor de dois Oscars, ele também criou as séries "Guerra, Sombra e Água Fresca" e "Chuck Norris, o Homem da Lei"

Divulgação/Arpa International Film Festival

Albert S. Ruddy, um dos mais renomados produtores de Hollywood, faleceu na sexta-feira (25/5) no centro médico da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), aos 94 anos. Ruddy ganhou dois Oscars de Melhor Filme por “O Poderoso Chefão” e “Menina de Ouro”, tornando-se um dos nove produtores a conquistar múltiplos prêmios nesta categoria.

Carreira e contribuições

Conhecido como Al Ruddy , ele começou sua carreira em 1965 como co-criador da série de TV “Guerra, Sombra e Água Fresca” (Hogan’s Heroes), que abordava de maneira satírica a vida de prisioneiros de guerra em um campo de concentração nazista. A série, estrelada por Bob Crane, foi um sucesso, que durou seis temporadas e permaneceu popular durante muito tempo após seu término em 1971.

Ruddy também fez sua estreia como produtor de cinema em 1965, com “Vítima de um Pecado” (Wild Seed), dirigido por seu amigo de longa data Brian G. Hutton, e ganhou destaque ao produzir “As Máquinas Quentes” (1970), conseguindo convencer Robert Redford a atuar no filme. No entanto, foi com “O Poderoso Chefão” (1972) que sua carreira atingiu o ápice.

O Poderoso Chefão

Produzido por Ruddy e dirigido por Francis Ford Coppola, “O Poderoso Chefão” é frequentemente listado como um dos maiores filmes de todos os tempos. O filme estrelado por Marlon Brando e Al Pacino foi um sucesso comercial e de crítica, levando Ruddy a ganhar seu primeiro Oscar de Melhor Filme. Ele descreveu a experiência de fazer o filme como transformadora, solidificando seu status em Hollywood.

Os bastidores da produção viraram uma minissérie recente, “The Offer” (2023), da Paramount+, focada justamente na perspectiva de Ruddy sobre a luta para realizar “O Poderoso Chefão”. Na série, ele foi retratado por Miles Teller (“Top Gun: Maverick”)

Parceria de Ouro

Após o sucesso de “O Poderoso Chefão”, Ruddy escreveu e produziu a cultuada comédia dramática “Golpe Baixo” (1974), dirigida por Robert Aldrich e estrelada por Burt Reynolds, que se tornou outro marco de Hollywood. A trama foi refilmada em 2005 com Adam Sandler no papel principal.

Entretanto, ele demorou para ganhar novo reconhecimento da Academia. Isto só foi acontecer 32 anos depois de “O Poderoso Chefão”, quando voltou a vencer o Oscar de Melhor Filme com “Menina de Ouro” (2004), dirigido por Clint Eastwood. A parceria com Eastwood acabou se estendendo em uma série de projetos bem avaliados ao longo dos anos. O mais recente, “Cry Macho: O Caminho para Redenção”, foi lançado em 2021.

Legado e impacto

O produtor e roteirista também criou a série “Chuck Norris: O Homem da Lei”, que foi um fenômeno de audiência nos anos 1990. Exibida de 1991 a 2003, a atração estrelada por Chuck Norris como o ranger Cordell Walker ganhou remake em 2021, “Walker”, com Jared Padalecki no papel principal.

Mas Ruddy não será lembrado apenas por seus filmes e séries, mas por sua paixão pelo cinema e seu impacto duradouro na indústria. “Al foi realmente um dos grandes mavericks de Hollywood”, disse Dexter Fletcher, diretor de “The Offer”.

Set de O Poderoso Chefão, com Al Ruddy, Marlon Brando e Francis Ford Coppola