Príncipe Harry vence processo contra jornais britânicos por grampeamento de seu celular

O Príncipe Harry conquistou uma vitória significativa nesta sexta-feira (15/12) na justiça britânica contra jornais do Grupo Mirror, incluindo o Daily Mirror e Sunday Mirror. O herdeiro da coroa acusava o jornal […]

Divulgação/Apple TV+

O Príncipe Harry conquistou uma vitória significativa nesta sexta-feira (15/12) na justiça britânica contra jornais do Grupo Mirror, incluindo o Daily Mirror e Sunday Mirror. O herdeiro da coroa acusava o jornal de ter realizado grampos telefônicos em sua linha telefônica para conseguir furos de reportagem, e o juiz responsável pelo caso concordou com a denúncia, destacando em sua sentença que alguns artigos do jornal foram elaborados a partir do hackeamento de celulares Harry e de pessoas próximas ele.

O julgamento do caso marcou a história por ter sido a primeira vez em 130 anos que um membro da família real britânica prestou depoimento em um tribunal. Harry esteve presente no tribunal há alguns meses para dar sua versão dos fatos, acusando o jornal de obter informações ilegalmente entre 1996 e 2010.

Com a vitória, o príncipe deverá receber uma indenização de 140 mil libras, cerca de R$ 870 mil.

Embora não estivesse presente no tribunal na leitura da sentença, seu advogado David Sherbourne leu uma declaração escrita por ele, que enfatizou a importância da verdade e da responsabilidade na imprensa. “Hoje é um grande dia para a verdade e também para a responsabilidade”, declarou Harry.

“Este caso não é apenas sobre hacking. Trata-se de uma prática sistêmica de comportamento ilegal e terrível, seguida de truques e destruição de provas, cuja escala chocante só pode ser revelada através desses procedimentos. O caminho para a justiça pode ser lento e doloroso e, desde que apresentei a minha reclamação, há quase cinco anos, histórias difamatórias e tácticas intimidadoras foram utilizadas contra mim e às custas da minha família. E assim, como também aprendi através deste processo, a paciência é, de fato, uma virtude. Especialmente diante do jornalismo de vingança”, diz a nota assinada por Harry.

O texto completou: “Meu compromisso em levar este caso até o fim baseia-se na minha crença em nossa necessidade – e direito coletivo – de uma imprensa livre e honesta. E que seja devidamente responsável quando necessário. É disso que precisamos na Grã-Bretanha e em todo o mundo. Qualquer outra coisa está envenenando o poço de uma profissão da qual todos dependemos. Os atos elencados na sentença são excelentes exemplos do que acontece quando há abuso do poder da imprensa. Apelo respeitosamente às autoridades, ao regulador financeiro, ao Mercado de Valores, que foram deliberadamente enganados pelo Mirror Group, e, de fato, à Polícia Metropolitana e às autoridades judiciais, para que cumpram o seu dever para com o público britânico e para que investiguem a apresentação de acusações contra a empresa e aqueles que infringiram a lei”.

Os representantes do Grupo Mirror aceitaram o resultado do julgamento, pedindo desculpas e assumindo a responsabilidade pelos atos.