Marisa Pavan, indicada ao Oscar por “A Rosa Tatuada”, morre aos 91 anos

A estrela italiana Marisa Pavan, que recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo drama clássico “A Rosa Tatuada” (1955), morreu na quarta-feira (6/12) em sua casa em Gassin, França. […]

Divulgação/Paramount Pictures

A estrela italiana Marisa Pavan, que recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo drama clássico “A Rosa Tatuada” (1955), morreu na quarta-feira (6/12) em sua casa em Gassin, França. Ela tinha 91 anos e não teve a causa da morte anunciada.

Marisa era irmã gêmea da famosa atriz Pier Angeli e foi levada a Hollywood num pacote com a família. Anna Maria Pierangeli foi descoberta aos 16 anos quando passeava pela Via Veneto pelo ator Vittorio De Sica, que a recomendou para ser sua parceira como uma adolescente à beira do despertar sexual em “Amanhã Será Tarde Demais” (1950). O filme chamou a atenção da MGM, que a escalou para “Teresa” (1951), lhe deu um contrato de sete anos e a rebatizou como Pier Angeli.

Ainda menor de idade, Angeli se mudou para Los Angeles com a família, e sua irmã Maria Luisa Pierangeli, sem nenhum experiência em atuação, foi prontamente contratada pela Fox logo na chegada. Batizada Marisa Pavan, ela fez sua estreia no cinema como uma garota francesa em “Sangue por Glória” (1952), de John Ford, ambientado na 1ª Guerra Mundial.

Ela ainda apareceu no filme noir “Não Há Crime Sem Castigo” (1954) e no western “Rajadas de Ódio” (1954), o que lhe deu experiência para estourar em 1955 em “A Rosa Tatuada”.

 

A consagração

Na adaptação da peça de Tennessee Williams, Marisa encantou com uma performance memorável no papel da teimosa Rosa Delle Rose, filha de uma costureira interpretada por Anna Magnani, que lamenta a morte do marido até conhecer um caminhoneiro interpretado por Burt Lancaster. O drama da Paramount Pictures dirigido por Daniel Mann foi indicado a oito Oscars, incluindo Melhor Filme, e ganhou três. Pavan perdeu seu Oscar para uma colega de elenco, Jo Van Fleet – mas por outro papel em “Vidas Amargas”. Mesmo assim, conseguiu algo que sua irmã mais famosa nunca atingiu na carreira, uma indicação ao prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos.

A projeção atingida com “A Rosa Tatuada” lhe rendeu convites para papéis de destaque, vivendo a seguir Catarina de Médici em “Diana da França” (1956). Ela também foi par romântico de Gregory Peck em “O Homem do Terno Cinzento” (1956), de Tony Curtis no noir “Os Olhos do Padre Tomasino” (1957) e de Robert Stack na aventura épica “Ainda Não Comecei a Lutar” (1959).

 

O fim da carreira

Apesar disso, sua carreira em Hollywood foi curta, acabando antes da década de 1960, após viver uma criada em “Salomão e a Rainha de Sabá” (1959), de King Vidor. Depois disso, ela ainda atuou em filmes franceses, como “O Poço das 3 Verdades” (1961), de François Villiers, e “Um Homem em Estado… Interessante” (1973), de Jacques Demy, mas principalmente se voltou para a TV americana, onde continuou trabalhando até os anos 1980. Sua lista de participações em séries incluem produções como “Cidade Nua”, “77 Sunset Strip”, “Combate”, “Mulher-Maravilha”, “Havaí Cinco-O” e “Arquivo Confidencial”.

Em 1985, ela integrou o elenco da novela americana “Ryan’s Hope”, com um papel recorrente em 19 capítulos, antes de encerrar a carreira na França, para onde se mudou, em produções da TV local. Sua última aparição nas telas foi num episódio de 1992 da série francesa “Haute Tension”.

Em 1956, Pavan casou-se com o ator francês Jean-Pierre Aumont, com quem teve dois filhos, e os dois permaneceram juntos até a morte de Aumont em 2001. Ela viveu cinco décadas a mais que a irmã, que foi namorada de James Dean e morreu em 1971, com apenas 39 anos.