Estreias | “Wonka” e “Feriado Sangrento” chegam nos cinemas

A programação de cinemas recebe mais de uma dúzia de estreias nesta quinta (7/12), com destaque para a fantasia “Wonka” e o terror “Feriado Sangrento”, lançados em circuito mais amplo. A variedade […]

Divulgação/Warner Bros.

A programação de cinemas recebe mais de uma dúzia de estreias nesta quinta (7/12), com destaque para a fantasia “Wonka” e o terror “Feriado Sangrento”, lançados em circuito mais amplo. A variedade inclui ainda o thriller “Feriado Sangrento”, a ação brasileira “O Sequestro do Voo 375” e o drama “Maestro”, uma das apostas no Oscar 2024. Os demais lançamentos tem distribuição limitada ao circuito de arte. Confira abaixo a relação completa de títulos.

 

WONKA

 

O prólogo musical do clássico “A Fantástica Fábrica de Chocolate” apresenta Timothée Chalamet (“Duna”) no papel de um jovem Willy Wonka, que chega a uma cidade europeia com o sonho de abrir sua própria loja de chocolates e doces. Diferente da versão mais madura e enigmática interpretada por Gene Wilder em 1971 e Johnny Depp em 2005, Chalamet é um Wonka ingênuo e sonhador, cujo amor pelo chocolate é herdado de sua mãe, interpretada por Sally Hawkins (“A Forma da Água”). O filme segue sua jornada enquanto ele tenta estabelecer seu negócio.

A narrativa se desenrola em torno das tentativas de Wonka de se destacar no competitivo mundo dos doces, enquanto lida com a manipulação da astuta dona de uma pousada, Mrs. Scrubit, vivida por Olivia Colman (“A Favorita”), e a oposição do Cartel de Chocolate. Com a ajuda de uma órfã esperta e um grupo de cativantes personagens secundários, Wonka se aventura pela cidade, esquivando-se da polícia e experimentando suas invenções. O filme também apresenta Hugh Grant (“Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes”) como um Oompa Loompa, adicionando uma dimensão cômica à história.

O diretor Paul King é conhecido por seu estilo visual distinto e habilidade em criar narrativas infantis encantadoras, como demonstrou em “Paddington” e sua sequência. E “Wonka” resulta num deleite visual, com cenários coloridos e extravagantes que lembram uma produção teatral.

As canções originais do filme, compostas por Neil Hannon (da banda The Divine Comedy), ainda adicionam um charme musical, enquanto Chalamet e Grant dão vida a clássicos como “Pure Imagination” e “Oompa Loompa”. A abordagem do material é calorosa e acolhedora, sem a malícia presente na adaptação de Mel Stuart de 1971, fazendo de “Wonka” uma celebração do sonho e da imaginação, e uma experiência leve e agradável para o público.

 

FERIADO SANGRENTO

 

Eli Roth, o diretor de “Cabana do Inferno” (2002) e “O Albergue” (2005), retorna ao terror, após um longo período distante, com uma produção que segue o modelo clássico dos slashers, incluindo um psicopata mascarado e uma data comemorativa. A trama se desenrola em Plymouth, Massachusetts, e começa com uma cena caótica de uma liquidação de Black Friday que termina em tragédia. Um ano após o evento, um assassino misterioso começa a matar aqueles que estiveram envolvidos no incidente, vestindo uma fantasia de peregrino e uma máscara representando John Carver, o primeiro governador da colônia de Plymouth.

Roth, conhecido por seu estilo gráfico e gore, cria uma narrativa que flerta com uma sátira ao consumismo e à obsessão das redes sociais, embora esses temas sirvam mais como dispositivos de enredo do que elementos profundamente explorados. O filme, no entanto, acaba se concentrando mais no padrão de fuga, perseguição e captura, típico do slasher, além de violência gráfica e mortes chocantes. Mesmo assim, apresenta algumas reviravoltas interessantes, ao brincar com a antecipação do público.

Vale lembrar que o longa tem uma origem curiosa, introduzido como um trailer falso no projeto “Grindhouse” de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez em 2007. A ideia de “Grindhouse” era fazer uma homenagem às salas de cinema baratas dos EUA que exibiam terrores de baixo orçamento e baixa qualidade. Tarantino e Rodrigues realizaram dois filmes, “À Prova de Morte” e “Planeta Terror”, respectivamente, com o intuito de que fossem exibidos numa sessão dupla, à moda das exibições desses cinemas. E no intervalo entre os dois filmes, eles convidaram amigos para desenvolverem trailers de filmes inexistentes que poderiam habitar esse universo trash. Dois desses trailers já tinham virando filmes, “Machete” (2010) e “Hobo with a Shotgun” (2011). “Feriado Sangrento” é o terceiro da lista.

O roteiro foi coescrito por Eli Roth e Jeff Rendell, que também foi responsável pela ideia do falso trailer. Já o elenco é diversificado, combinando astros consagrados como Patrick Dempsey (“Grey’s Anatomy”) com influenciadores como a estrela do TikTok Addison Rae (“Ela é Demais”), além de Gina Gershon (“Riverdale”), Rick Hoffman (“Suits”), Milo Manheim (“Zombies”), Nell Verlaque (“Big Shot”) e diversas celebridades digitais americanas.

 

O SILÊNCIO DA VINGANÇA

 

A volta do cineasta John Woo às produções americanas após 20 anos – e depois de marcar época com “A Outra Face” (1997), “Missão: Impossível II” (2000) e outros thrillers de ação – é um filme natalino de vingança. A trama segue a jornada de Brian Godlock, interpretado por Joel Kinnaman (“Esquadrão Suicida”), cuja vida é destroçada após seu filho ser morto em um tiroteio entre gangues. O que diferencia a produção de outras obras similares é ser quase totalmente desprovida de diálogos, uma vez que o personagem de Kinnaman fica mudo após ser baleado na garganta.

A narrativa é impulsionada pela determinação do protagonista de se vingar dos responsáveis pela morte de seu filho, o que acontece em meio a vários elementos característicos da filmografia de Woo, como movimentos de câmera líricos, slow motion e sequências de ação intensas. O estilo distintivo do cineasta e a ausência de diálogos conferem ao filme uma abordagem única, destacando-se pela expressão emocional crua e pela ação coreografada. Além disso, para compensar a ausência de falas, as cenas são embaladas por uma trilha descaradamente melodramática, composta por Marco Beltrami, que se entrelaça com a expressão emocional dos personagens.

“O Silêncio da Vingança” também homenageia os ídolos e influências do diretor de Hong Kong, como Sergio Leone (“Era uma Vez no Oeste”), com quem Woo compartilha uma estética operística, e Jean-Pierre Melville (“O Samurai”), conhecido por seu uso minimalista de diálogos. A obra é uma exploração da “cinema puro”, onde a história é contada principalmente através da ação, das expressões faciais e do som, beneficiando-se da experiência de Woo em criar sequências memoráveis.

 

MAESTRO

 

Bradley Cooper volta ao mundo da música após o sucesso de “Nasce uma Estrela”, em seu segundo filme como diretor. Desta vez, porém, a trama é biográfica, debruçando-se sobre a figura complexa de Leonard Bernstein, um renomado compositor e maestro americano – mais conhecido pelos brasileiros como o autor da trilha do musical “Amor, Sublime Amor”. Também intérprete do protagonista (com um notável nariz postiço), Cooper opta por uma abordagem não linear, contando a história de Bernstein através de uma série de vinhetas que cobrem diferentes períodos de sua vida. Outro aspecto distintivo da estrutura narrativa é o uso criativo da cor. As cenas iniciais são apresentadas em preto e branco, evocando a estética de fotografias antigas e filmes clássicos, o que confere às imagens um ar nostálgico e histórico. À medida que a história avança, o filme introduz cores, sinalizando mudanças temporais e emocionais na vida de Bernstein. Essa transição é usada de maneira eficaz para destacar a evolução dos personagens e dos tempos.

O drama começa com um prólogo que apresenta Bernstein em seus anos finais, refletindo sobre sua vida e carreira, o que permite que o filme mergulhe em flashbacks de momentos cruciais de sua trajetória. Essas cenas, que vão desde sua estreia surpreendente na Filarmônica de Nova York até os problemas de seu casamento com Felicia Montealegre, facilitam a exploração tanto dos triunfos quanto dos desafios enfrentados pelo maestro e compositor.

Boa parte do enredo se concentra na relação de Bernstein com sua esposa (interpretada por Carey Mulligan), que abrange várias décadas, revelando as nuances de um relacionamento marcado pela admiração mútua, mas também por obstáculos decorrentes da sexualidade do compositor e de sua natureza artística expansiva. Mulligan entrega uma performance notável, capturando a evolução da personagem ao longo dos anos. Além disso, o filme utiliza a música para ilustrar os momentos pessoais intensos do protagonista, integrando performances musicais à narrativa de forma orgânica para celebrar a genialidade musical de Bernstein.

Produção da Netflix, “Maestro” estreia em streaming em 20 de dezembro.

 

O SEQUESTRO DO VOO 375

 

O filme de ação dirigido por Marcus Baldini (“Bruna Surfistinha”) é baseado em um caso real ocorrido no Brasil durante a década de 1980, marcada por instabilidades econômicas e políticas. A trama gira em torno de Nonato (interpretado por Jorge Paz), um homem humilde do Maranhão frustrado com a falta de oportunidades e decepcionado com as promessas políticas não cumpridas. Em um ato de desespero, Nonato decide sequestrar um avião e jogá-lo contra o Palácio do Planalto, em Brasília, com o objetivo de assassinar o presidente José Sarney. O filme retrata a jornada de Nonato, sua determinação em cumprir a ameaça nos céus e o embate com o comandante Murilo (vivido por Danilo Grangheia), que se destaca na trama por suas habilidades de pilotagem e ações heroicas para salvar os passageiros.

As cenas se desenrolam principalmente dentro do espaço claustrofóbico do antigo avião da VASP, mantendo a tensão durante toda a narrativa. A cinematografia e a direção habilmente capturam a emoção e o desespero dos personagens, alternando entre as expressões de Nonato, o comandante Murilo e os passageiros ansiosos. Apesar de alguns momentos em que os efeitos especiais evidenciam se tratar de uma produção brasileira (isto é, sem orçamento hollywoodiano), o filme mantém o espectador engajado com a história e a ação.

A abordagem de Baldini faz mais que resgatar um dos momentos mais dramáticos da aviação brasileira, que, apesar de sua magnitude, permaneceu relativamente desconhecido do grande público. A obra também oferece uma narrativa profunda e humana por meio da interação entre os personagens principais, Nonato e Murilo, mostrando o potencial do cinema brasileiro para produzir obras dramáticas com suspense de alta qualidade.

 

FIM DE SEMANA NO PARAÍSO SELVAGEM

 

O longa-metragem dirigido por Severino (anteriormente conhecido como Pedro Severien) mistura elementos de suspense e observação social. A história se passa no litoral pernambucano, onde Rejane, interpretada por Ana Flavia Cavalcanti, busca entender o misterioso desaparecimento de seu irmão, um mergulhador. As primeiras cenas do filme estabelecem um cenário de contraste entre a natureza e a industrialização, com uma praia bela e águas claras, mas com um fundo de tensão e mistério que permeia a trama.

O filme segue a jornada de Rejane ao tentar desvendar a verdade por trás da morte de seu irmão, enquanto explora temas como a especulação imobiliária e as disparidades sociais, temas que remetem aos filmes de outro pernambucano, Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”). A narrativa é reforçada pela cinematografia que capta tanto a beleza natural da região quanto a opressão e a violência velada nas relações sociais e na arquitetura local. A trilha sonora, composta por Amaro Freitas, contribui para a atmosfera envolvente do filme.

 

PUAN

 

A comédia argentina, dirigida por María Alché (“Família Submersa”) e Benjamín Naishtat (“Vermelho Sol”), explora as complexidades e desafios existenciais enfrentados por um professor universitário. A trama se inicia com a morte repentina de Caselli, respeitado chefe do departamento de filosofia da universidade Puan, localizada em Buenos Aires. Essa perda não apenas cria um vácuo profissional, mas também um vazio pessoal para Marcelo Pena (Marcelo Subiotto), um professor de filosofia que foi aluno e confidente de Caselli. Marcelo, casado com a ativista Vicky (Mara Bestelli) e pai de um filho, reluta em candidatar-se ao cargo agora vago, mas a situação muda com o surgimento de um rival carismático, Rafael Sujarchuk (Leonardo Sbaraglia), um ex-colega com uma carreira bem-sucedida na Alemanha.

A narrativa de “Puan” entrelaça humor e situações absurdas com reflexões filosóficas. Marcelo, um personagem reservado e propenso a acidentes cômicos, enfrenta dilemas éticos e pessoais, enquanto concorre com Rafael pelo cobiçado cargo. O roteiro, premiado no Festival de San Sebastián, usa as disputas acadêmicas e a dinâmica universitária para explorar temas mais amplos, como a importância da educação pública e as desigualdades sociais na Argentina. Apesar de sua abordagem, a obra também apresenta um tom tragicômico, refletindo sobre a perda de ideais, as tendências neoliberais na sociedade e as complexas relações humanas.

 

O DESAFIO DE MARGUERITE

 

Dirigido pela francesa Anna Novion (“Rendez-vous à Kiruna”), o drama apresenta a trajetória de Marguerite Hoffman (interpretada por Ella Rumpf), uma estudante de doutorado na prestigiosa École Normale Supérieure na França, onde ela se destaca em matemática, um campo dominado por homens. A história começa com Marguerite trabalhando em uma solução para a Hipótese de Riemann e mostra as dificuldades que enfrentada no ambiente acadêmico, especialmente após a chegada de Lucas, um novo estudante interpretado por Julien Frison, que desafia suas teorias e provoca uma crise pessoal nela.

Após um colapso acadêmico, Marguerite abandona seus estudos e se muda para o apartamento de Noa, interpretada por Sonia Bonny, uma dançarina livre e espirituosa. Essa mudança marca um ponto de virada para a jovem, que começa a explorar uma vida além da academia. Ela encontra um novo propósito ao jogar mahjong, usando suas habilidades matemáticas para ganhar dinheiro. Nesse meio tempo, desenvolve um relacionamento com Lucas, que a leva de volta ao mundo da matemática. Juntos, eles trabalham em um problema complexo, e a narrativa se desenvolve em meio a cenas de romance e descobertas matemáticas.

O filme é uma mistura de drama e romance, abordando temas como o amor pela matemática, as dificuldades enfrentadas por mulheres em campos dominados por homens e a busca por identidade e propósito, sem perder o foco na história emocional de Marguerite. Embora siga uma fórmula narrativa familiar, a performance de Rumpf e a direção habilidosa de Novion conferem ao filme um certo charme.

 

SOFTIE

 

O segundo filme dirigido por Samuel Theis, que venceu a Câmera de Ouro (Melhor Filme de Estreia) no Festival de Cannes em 2014 com “Party Girl”, tem um tema polêmico, como só o cinema francês costuma ousar. A trama gira em torno de Johnny, um menino de dez anos interpretado por Aliocha Reinert, que cuida de sua irmã mais nova enquanto lida com a inconstância emocional de sua mãe. O enredo se desenrola em torno do amadurecimento de Johnny, que se vê em um ponto crucial de sua vida.

O problema com o menino — ao menos na visão de sua mãe enérgica, Sonia (interpretada pela imponente Melissa Olexa) — é que ele não é duro o suficiente. Com seu longo cabelo loiro, corpo esguio e comportamento tranquilo, Johnny se opõe diretamente à masculinidade bruta que o rodeia: o mais recente namorado de sua mãe, obcecado por boxe, seu irmão mais velho que fuma maconha, e os adolescentes provocadores que se reúnem no conjunto habitacional para praticar bullying. Embora Sonia critique a suposta fraqueza de Johnny, ela também se beneficia disso, pois pode contar com ele para cuidar de sua irmã mais nova, Melissa (Jade Schwartz), enquanto ela trabalha, bebe ou dorme para curar a ressaca.

É apenas quando o novo professor, Sr. Adamski (Antoine Reinartz), chega à escola que o menino começa a questionar seu destino na vida. O Sr. Adamski percebe a inteligência e ambição de Johnny e o encoraja a ter confiança em si mesmo. Sua namorada, Nora (Izia Higelin), também enxerga algo especial no jovem e — talvez de maneira equivocada — incentiva uma amizade entre eles. Contudo, à medida que Johnny desenvolve uma atração pelo seu professor, a fantasia começa a se misturar perigosamente com a realidade, em meio a seu amadurecimento sexual.

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JORNADA PARA BELÉM

 

Um musical religioso para fãs de “Glee”, o filme reinterpreta a história clássica da natividade, misturando músicas natalinas tradicionais com novas composições. O filme é uma fusão de uma narrativa de amadurecimento, centrada em Maria (Fiona Palomo) e José (Milo Manheim), uma viagem cômica dos três reis magos e um drama familiar envolvendo o Rei Herodes (interpreto de forma extravagante por Antonio Banderas) e Antípatro (Joel Smallbone). O elenco inclui cantores cristãos contemporâneos, como Moriah e o rapper Lacrea, destaque como o anjo Gabriel, e um burro chamado Fig, adicionando um elemento lúdico para o público mais jovem.

Estreia na direção de Adam Anders, conhecido por seu trabalho nas trilhas de “Glee”, “Rock of Ages” e “A Festa de Formatura”, a produção apresenta uma abordagem vibrante e contemporânea, comparável a obras como “Jesus Christ Superstar” e “Godspell”, mas focada no nascimento de Jesus. As canções variam de animadas a reflexivas, indo além da temática estritamente religiosa ao buscar agradar um público mais amplo que aprecia filmes natalinos.

 

ALMAS GÊMEAS

 

O 24º longa do veterano cineasta francês André Téchiné (“Rosas Selvagens”) gira em torno dos complexos laços familiares entre um irmão e uma irmã, interpretados por Noémie Merlant e Benjamin Voisin. O enredo se desenvolve em torno do retorno de David, um tenente das forças francesas, ao seu vilarejo natal nos Pireneus após sofrer ferimentos e amnésia devido a uma explosão no Mali. Sua irmã, Jeanne, assume o papel de cuidadora, buscando reconectar David com seu passado e enfrentando, simultaneamente, as sombras de um relacionamento incestuoso que compartilharam.

O filme explora temas de trauma, memória e a busca pela reinvenção dos laços fraternos em um contexto de amnésia e recuperação física. A narrativa é permeada pela característica abordagem de Téchiné, que enfatiza as ações e reações emocionais em detrimento de explanações psicológicas detalhadas. Ambientado no pitoresco Sul-Oeste da França, a produção retrata um mundo atemporal, onde os personagens se conectam mais com suas emoções do que com a modernidade externa.

Conhecido por suas narrativas que exploram os limites morais e sociais, o diretor utiliza a amnésia de David para criar um ambiente de tensão e possibilidades, onde o passado e o presente se entrelaçam de forma complexa. No entanto, o filme enfrenta desafios na sua execução, com c um desenvolvimento narrativo que oscila e uma montagem que não permite que as cenas atinjam seu pleno potencial emocional.

 

CIDADE RABAT

 

O drama da portuguesa Susana Nobre (“No Táxi do Jack”) se debruça sobre a vida de Helena (interpretada por Raquel Castro), uma produtora de cinema que atravessa uma fase de transformação após a morte de sua mãe. A narrativa explora como esse evento desencadeia uma série de reflexões e mudanças no comportamento da protagonista, ressaltando o impacto da perda em sua vida. A trama se desenvolve em Lisboa, especificamente no bairro Cidade Rabat, e retrata as nuances da vida cotidiana de Helena, que se vê confrontada com a realidade de ter que lidar com os procedimentos após a morte da mãe, enquanto tenta manter a normalidade em sua vida profissional e pessoal. Esse período de luto a leva a momentos de rebeldia e busca por novas experiências, contrastando com a rotina estabelecida anteriormente. A personagem se envolve em atividades fora de seu círculo habitual, como voluntariado em um clube de futebol, proporcionando um contraponto à sua vida anteriormente confortável e controlada. Essas experiências a fazem refletir sobre questões sociais mais amplas e sobre sua própria existência.

“Cidade Rabat” é apresentado como um retrato íntimo e realista do luto e da transformação pessoal. Susana Nobre, ao dirigir e roteirizar o filme, opta por uma abordagem que enfatiza a jornada emocional de Helena sem cair em dramatizações excessivas, ao mesmo tempo em que oferece um olhar sobre a sociedade portuguesa contemporânea, abordando temas como classe social e urbanização através do microcosmo de sua protagonista.

 

NCT NATION – TO THE WORLD IN CINEMAS

 

O primeiro documentário do NCT foi gravado no Munhak Stadium em Incheon, Coreia do Sul, para marcar o lançamento do quarto álbum completo da boy band de K-Pop, intitulado “Golden Age”. Além dos integrantes principais, o filme também reúne membros de grupos derivados, como NCT 127, NCT Dream, NCT U e WayV (a NCT Nation), totalizando quase 20 boys no palco.