“Rainha Cleopatra” é massacrada e registra pior avaliação da Netflix

O documentário “Rainha Cleópatra” chegou na Netflix na última quarta-feira (10/5) e recebeu uma avaliação extremamente baixa do público. No agregador Rotten Tomatoes, a produção chegou a atingir 1% de aprovação do […]

Divulgação/Netflix

O documentário “Rainha Cleópatra” chegou na Netflix na última quarta-feira (10/5) e recebeu uma avaliação extremamente baixa do público. No agregador Rotten Tomatoes, a produção chegou a atingir 1% de aprovação do público, a nota mais baixa já atingida por uma produção do streaming – está atualmente com 2%. Além disso, o docudrama também não foi bem recebido pelos críticos e registra apenas 10% de aprovação no site.

Apesar da crítica apontar diversos problemas, como atuações fracas, a trama imprecisa descreve fatos inverídicos – como o treinamento de Cleópatra como guerreira. Mas a produção também criou discórdia por representar Cleópatra como uma mulher negra. Interpretada pela atriz britânica Adele James (“Acceptable Damage”), a escalação da protagonista reacendeu o debate sobre a etnia da monarca. Muitos espectadores criticaram as imprecisões históricas e consideraram a produção desrespeitosa em relação à cultura egípcia.

A criadora, Tina Gharayi, defendeu a escolha do elenco, argumentando que era mais provável que Cleópatra se parecesse com uma atriz negra do que com a representação icônica de Elizabeth Taylor no filme “Cleópatra” de 1963. “Por que Cleópatra não poderia ser uma irmã melanizada? E por que algumas pessoas precisam que Cleópatra seja branca?”, disse a Variety.

No entanto, críticos e espectadores questionaram a falta de consulta a especialistas egípcios na produção do documentário e a inclusão de “especialistas” ocidentais com visões distorcidas dos fatos, usando como argumento principal o direito de imaginação. O caso ganhou ainda mais repercussão quando um advogado egípcio decidiu mover uma ação legal contra a Netflix, pedindo o fechamento imediato da plataforma no Egito devido à distorção da história egípcia.

A produção também foi criticada pelo Conselho Supremo de Antiguidades do país, que confirmou que a rainha Cleópatra tinha pele clara e características gregas – ela era descendente da dinastia Ptolomeu, que se casava entre si para preservar a linhagem macedônica. O fato da obra não ser apresentada como ficção, mas sim como série documental, teria agravado a situação. Agora, a Netflix enfrenta um processo por “falsificar a identidade egípcia” e corre o risco de ser banida do país.

Produzido por Jada Pinkett-Smith, o docudrama é a segunda parte de uma série documental intitulada “Rainhas Africanas”. O objetivo da produção era destacar e contar a história de rainhas africanas, apresentando encenações ficcionais dramatizadas e entrevistas com especialistas.

A primeira parte da produção, intitulada “Njinga”, agradou mais a crítica, com 88% de aprovação, mas marcou apenas 17% de aprovação entre o público do Rotten Tomatoes, indicando um componente racista na avaliação.

Os quatro episódios de “Rainha Cleópatra” já estão disponíveis na Netflix.