Documentário sobre Cleópatra negra é criticado por Conselho de Antiguidades do Egito

A polêmica sobre a escolha de Adele James, uma mulher negra, para o papel de Cleópatra no documentário da Netflix “Queen Cleopatra” continua rendendo. Após o trailer da produção agitar as redes […]

Divulgação/Netflix

A polêmica sobre a escolha de Adele James, uma mulher negra, para o papel de Cleópatra no documentário da Netflix “Queen Cleopatra” continua rendendo. Após o trailer da produção agitar as redes sociais e até fazer com que a plataforma de streaming seja processada no Egito, o Conselho Supremo de Antiguidades do país também se manifestou contra a série.

Responsável pelo patrimônio cultural e todos os sítios arqueológicos do país, a instituição de 160 anos divulgou uma nota em seu site em reação à série. “O Secretário-Geral do Supremo Conselho de Antiguidades confirma que a rainha Cleópatra tinha pele clara e características helenísticas (gregas)”.

Por conta da polêmica, a Netflix está envolvida em um processo ajuizado na Procuradoria Pública do país por “falsificar a identidade egípcia”. A ação ainda pede que a plataforma de streaming seja banida no país, afirmando ainda que as produções contidas lá não estão de acordo com os “valores e princípios islâmicos”.

O comunicado do Conselho Supremo de Antiguidades concorda com as acusações, alegando que a Netflix cometeu “falsificação da história egípcia”, visto que a produção é divulgada como um documentário e não um drama. “Os encarregados de sua produção devem investigar a precisão e confiar em fatos históricos e científicos para garantir que a história e as civilizações dos povos não sejam falsificadas”.

O Dr. Mustafa Waziri, Secretário-Geral do Conselho Supremo de Antiguidades, afirmou ainda que existem relíquias que mostram “as características helenísticas (gregas) da rainha Cleópatra em termos de pele clara, nariz desenhado e lábios finos”. A instituição também se defendeu de potenciais acusações de racismo, afirmando que a rejeição à série “vem do ponto de vista da defesa da história da rainha”.

Em um comunicado divulgado em seu site, a Netflix afirmou que a intenção do documentário era de mostrar Cleópatra como uma mulher forte e não focar na cor de sua pele – apesar de admitir que a escolha de uma atriz negra foi intencional.

Produzida e narrada por Jada Pinkett Smith, “Queen Cleopatra” será lançada na Netflix no dia 10 de maio.