Fred Nicácio relata experiência “torturadora” em igreja evangélica

O médico Fred Nicácio, que foi alvo de intolerância religiosa nos últimos dias, relatou uma experiência “torturadora” que teve na igreja evangélica. O assunto surgiu na madrugada desta quinta-feira (23/2). Segundo Nicácio, […]

Divulgação/Globo

O médico Fred Nicácio, que foi alvo de intolerância religiosa nos últimos dias, relatou uma experiência “torturadora” que teve na igreja evangélica. O assunto surgiu na madrugada desta quinta-feira (23/2).

Segundo Nicácio, ele frequentou a Igreja Batista quando criança, pois familiares ocupavam cargos de diretoria. “A Igreja, cara, ela me ensinou coisas incríveis, mas foi um ambiente muito torturador para mim também, sabe?”

“Eu sempre vi muita coisa que era hipocrisia e vivi muita coisa que era hipocrisia dentro da minha casa. […] Eu vi muita podridão humana”, contou para o lutador Cara de Sapato.

Apesar da má experiência, o médico ressaltou que aprendeu “valores civilizatórios muito importantes” com a religião e, por isso, não fala mal da Igreja Batista. “Antes de eu saber que roubar era crime, eu já sabia que roubar era pecado, então eu já não fazia”, exemplificou Nicácio.

“Foi muito doloroso eu estar na Igreja, entender que sou um homem gay e que o pastor e as pessoas diziam que Deus não me aceitava, que não me amava e que o que eu fazia era pecado, que era sujo e que era imundo”, contou o médico. “Você começa entrar em crises em que a Igreja não consegue te acolher mais.”

Após relatar que se sentia um pecador dentro da igreja evangélica, Nicácio contou que chegou a jejuar. “Fui para o monte orar de madrugada, fazia tudo, tentei namorar meninas e não é assim que funciona. Eu sou assim, meu desejo é diferente. Por mais que pedisse a Deus, nada em mim mudava, então me sentia muito mal, por vezes culpado, pecaminoso”, desabafou o médico, que foi expulso do coral por ser considerado uma “laranja podre”.

Por conta da ruptura religiosa, Fred Nicácio decidiu conhecer outras crenças e se encontrou num terreiro de candomblé. “Fiquei maravilhado de poder encontrar o mesmo Deus que sentia lá atrás [na Igreja Batista] em um terreiro”, disse.

Confira o relato na íntegra.