Mike Hodges, diretor de “Flash Gordon”, morre aos 90 anos

O cineasta britânico Mike Hodges, diretor de filmes como “Carter, o Vingador” (1971) e “Flash Gordon” (1980), morreu no último sábado (17/12), aos 90 anos. A notícia da sua morte foi divulgada […]

Divulgação/Channel Four Films

O cineasta britânico Mike Hodges, diretor de filmes como “Carter, o Vingador” (1971) e “Flash Gordon” (1980), morreu no último sábado (17/12), aos 90 anos. A notícia da sua morte foi divulgada pelo amigo e produtor Mike Kaplan, que trabalhou com o diretor em “Vingança Final” (2003).

Michael Tommy Hodges nasceu em 29 de julho de 1932, em Bristol, na Inglaterra. Ele estudou para ser contador e depois serviu na marinha britânica por dois anos. Sua carreira no show business começou quando conseguiu um trabalho como operador de teleprompter para a televisão britânica.

Hodges aprendeu a linguagem audiovisual observando o trabalho na TV e, depois de um tempo, começou a escrever roteiros para o teleteatro “Armchair Theatre”, do canal britânico ITV, o que lhe permitiu largar o emprego de técnico.

Em 1969, escreveu e dirigiu dois episódios de outro teleteatro do canal, “ITV Playhouse”, e a repercussão foi tão positiva que lhe rendeu o convite para escrever e dirigir “Carter, o Vingador”, filme que marcaria sua estreia no cinema.

Hodges adaptou “Carter, o Vingador” de um romance de Ted Lewis. No filme, Michael Caine interpreta um gângster londrino em busca de vingança depois que seu irmão é morto. Foi um sucesso tão marcante que acabou revisitado por um remake americano no ano 2000, intitulado “O Implacável”, com Sylvester Stallone no papel principal.

Ele repetiu a parceria com Caine em seu filme seguinte, “Diário de um Gângster” (1972), sobre um escritor convidado a escrever as memórias de uma celebridade misteriosa.

Nos anos seguintes, Hodges se aventurou por produções do gênero fantástico, dirigindo “O Homem Terminal” (1974) e “Flash Gordon” (1980), que foi o filme de maior repercussão de sua carreira. A superprodução baseada nos quadrinhos de Alex Raymond tinha trilha sonora da banda Queen e veio no embalo de “Guerra nas Estralas” (Star Wars), conquistando grande bilheteria.

Sua relação com a banda Queen ainda rendeu clipes (“Flash” e “Body Language”), e esse sucesso também lhe vingou da maior frustração de sua carreira. Antes de “Flash Gordon”, Hodges começou a trabalhar no terror “A Profecia II” (1978), mas acabou se desentendendo com os produtores e demitido por “diferenças criativas”, ficando sem créditos em seu lançamento.

Sua filmografia continuou se alterando em produções de temas sci-fi e criminais até o fim, incluindo a comédia “Corra! Os ETs Chegaram” (1985), sobre três alienígenas que se tornam celebridades após caírem na Terra, o policial “Prece para um Condenado” (1987), que narra a relação entre um assassino (Mickey Rourke) e um padre (Bob Hoskins), e “Arco-Íris Negro” (1989), sobre uma médium (Rosanna Arquette) que tem a visão de um assassinato e passa a ser perseguida pelo assassino.

Na virada do século, Hodges dirigiu dois filmes estrelados por Clive Owen: “Crupiê: A Vida em Jogo” (1998), sobre um aspirante a escritor que é contratado como crupiê em um cassino, e “Vingança Final” (2003), que mostra um ex-gangster retornando ao mundo do crime após a morte do seu irmão.

Seu último longa foi o documentário “Murder by Numbers” (2004), co-dirigido por Paul Carlin, que abordou a popularidade dos filmes sobre serial killers nas últimas décadas.

Hodges também escreveu peças de teatro como “Soft Shoe Shuffle” (1985) e “Shooting Stars and Other Heavenly Pursuits” (2000) – que foi adaptada para a rádio BBC – e publicou o romance “Watching the Wheels Come Off”, em 2010.

Veja abaixo o trailer da nova versão restaurada de “Flash Gordon”