“Animais Fantásticos 3” tem pior bilheteria da franquia nos EUA

A estreia de “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore” não teve o efeito mágico esperado pela Warner Bros. A superprodução milionária, orçada em US$ 200 milhões, abriu com US$ 43 milhões nas […]

Divulgação/Warner Bros.

A estreia de “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore” não teve o efeito mágico esperado pela Warner Bros. A superprodução milionária, orçada em US$ 200 milhões, abriu com US$ 43 milhões nas bilheterias da América do Norte no fim de semana da Páscoa.

Para entender o que este valor significa, é importante lembrar que “Animais Fantásticos e Onde Habitam” estreou com US$ 74,4 milhões no mercado interno em 2016 e sua sequência, “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald”, teve uma abertura de US$ 62,2 milhões em 2018. Se a queda de 16% na arrecadação entre o primeiro e o segundo filme já apontava um início de desinteresse do público, “Os Segredos de Dumbledore” registrou um tombo duas vezes maior: 30% atrás do segundo filme.

Uma possível compensação para o estúdio foi o desempenho no exterior: US$ 71 milhões, chegando num total global de US$ 193 milhões. Mas os custos elevados obrigam que o faturamento seja três vezes maior para cobrir as despesas de produção – sem levar em conta as despesas de publicidade e divulgação (P&A).

Os números parecem sinalizar o fim da era dos trouxas. Para quem não sabe, trouxa é como os humanos normais (não mágicos) são chamados no universo de “Harry Potter”. Segundo a crítica, “Os Segredos de Dumbledore” provou o esgotamento da saga. Considerado medíocre, teve apenas 48% de aprovação no Rotten Tomatoes. E após os 36% de “Os Crimes de Grindelwald”, a rejeição aos prólogos já ameaça uma desvalorização da marca “Harry Potter”.

Para completar, a franquia é cercada por polêmicas negativas – declarações transfóbicas da roteirista J.K. Rowling, agressão em bar do ator Ezra Miller, demissão de Johnny Depp após julgamento determinar que ele agrediu Amber Heard – , que dificultam muito sua sobrevivência, especialmente após a fusão da Warner com a Discovery e mudanças na condução dos negócios do conglomerado.

A Warner Bros. teve pelo menos um motivo para celebrar as bilheterias do fim de semana: “Batman”, de Matt Reeves, ultrapassou a marca de US$ 750 milhões de bilheteria mundial, confirmando seu status de filme mais bem-sucedido de 2022 na véspera de seu lançamento em streaming – nesta segunda (18/4) na HBO Max.

O mercado norte-americano ainda destacou duas produções da Paramount no Top 3 das arrecadações. Com US$ 30 milhões em seu segundo fim de semana de exibição, “Sonic 2: O Filme” comemorou o domingo de Páscoa com um total doméstico de US$ 119,6 milhões e US$ 231,8 milhões em todo o mundo. E “Cidade Perdida”, que chega nesta quinta (21/4) nos cinemas brasileiros, acrescentou US$ 6,5 milhões a seu montante para atingir US$ 78,6 milhões domésticos e US$ 99 milhões mundiais.

A única novidade da semana na América do Norte foi a estreia de “Luta pela Fé – A História do Padre Stu”, cinebiografia estrelada por Mark Wahlberg, que abriu em 5º lugar com US$ 5,7 milhões. Mas a produção da Sony, que estreia em 19 de maio no Brasil, foi considerada pior que “Os Segredos de Dumbledore”, recebendo apenas 42% de aprovação no Rotten Tomatoes.

A maior surpresa ficou por conta do thriller indie “Everything Everywhere All at Once”, que aumentou sua exibição em quase mil telas e, embora tenha chegado em menos cinemas que o “Padre Stu”, faturou US$ 6,1 milhão, ficando em 4º lugar. Além disso, enquanto a crítica lastimou o trabalho de Wahlberg, o filme de ação da A24, estrelado por Michelle Yeoh, foi considerado brilhante, com 97% de resenhas positivas.

Infelizmente, é justo este que ainda não tem previsão para o Brasil.